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Governo de SP recua sobre 4ª dose e diz que prioridade é vacinar faltosos

Estado de São Paulo tem 2,1 milhões de pessoas que não tomaram a segunda dose. Outros 10 milhões de pessoas já podem tomar a dose de reforço

Vacina contra coronavírus. (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

Vacina contra coronavírus. (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 10 de fevereiro de 2022 às 13h58.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2022 às 14h03.

Um dia depois de dizer que estava se preparando para iniciar a aplicação de uma quarta dose de vacina contra a covid-19, o governo de São Paulo recuou e disse, nesta quinta-feira, 10, que a prioridade é concluir o esquema vacinal dos 2,1 milhões de pessoas que ainda nem tomaram a segunda dose.

"Quando falamos em quarta dose para a população em geral, temos de encerrar algumas etapas importantes, para trazer as 2,1 milhões que nem tomaram a segunda dose. Grande parte é de adolescentes que precisam ser imunizados. Temos ainda outras 10 milhões de pessoas que não tomaram a dose de reforço. A quarta dose já vem sendo feita desde de dezembro para todos aqueles com algum comprometimento no sistema imunológico", disse o secretário da Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 10.

Gorinchteyn ainda afirmou que, na tarde desta quinta-feira, o governo paulista vai se reunir, como faz semanalmente, para definir o plano estratégico da vacinação contra a covid-19 no estado. O tema da quarta dose será debatido e se já há a possibilidade de fazer um cronograma e definir qual imunizante seria o ideal. 

Na quarta-feira, 9, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que o estado estava se preparando para aplicar uma quarta dose de vacina contra a covid-19 na população paulista. O esquema seria adotado independentemente de uma recomendação ou não do Ministério da Saúde, que ainda avalia o tema.

"A hipótese [da quarta dose] já é avaliada pelo Comitê Científico. Não só avaliada, ela já é confirmada pelo Comitê Científico aqui do governo de São Paulo", disse ele em entrevista à rádio Eldorado na manhã desta quarta-feira. Poucas horas depois, em coletiva de imprensa, Doria disse que o governo ainda avaliava o tema e que não havia uma data confirmada para o início da aplicação.

Especialistas em saúde pública ouvidos por EXAME dizem que a iniciativa é bem-vinda, mas que é preciso avançar na vacinação de toda a população já elegível, acima de 5 anos. Além disso, o estado não teria em estoque vacinas suficientes para aplicar uma dose extra, já que a recomendação seria usar a Pfizer, que é distribuída pelo Ministério da Saúde, e não a Coronavac, comprada pelo governo paulista.

Na noite de quarta-feira, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica em que ampliou a dose de reforço da vacina contra a covid-19 para adolescentesentre 12 e 17 anos. O documento especificou que a parcela que receberá a dose extra é somente aquela que se encaixa no grupo prioritário de imunocomprometidos.

Se enquadra nesta condição quem está passando por quimioterapia, que fez algum tipo de transplante de órgãos ou de células-tronco, que vive com HIV/aids, que faz hemodiálise, entre outros.

A recomendação é para a aplicar a dose extra a partir de quatro meses depois da segunda dose, e indica os imunizantes da AstraZeneca, Janssen e da Pfizer como prioritários. O governo paulista disse que já encaminhou um documento às prefeituras para iniciar a aplicação da dose extra.

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