Brasil

Venda de armas de brinquedo está proíbida em SP

A norma, proposta para reduzir o número de crimes com uso de réplicas, entra em vigor no prazo de 60 dias


	Garoto come com sua arma de brinquedo sobre a mesa: a norma estadual prevê multa de R$ 20,1 mil em caso de descumprimento
 (Adam Berry/Bloomberg News)

Garoto come com sua arma de brinquedo sobre a mesa: a norma estadual prevê multa de R$ 20,1 mil em caso de descumprimento (Adam Berry/Bloomberg News)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 07h18.

São Paulo - Está proibida a fabricação e a venda de armas de brinquedo no Estado de São Paulo, de acordo com lei promulgada pela Assembleia Legislativa no Diário Oficial desta terça-feira, 14.

A norma, proposta para reduzir o número de crimes com uso de réplicas, entra em vigor no prazo de 60 dias e será regulamentada pelo governo estadual no período.

O projeto havia sido enviado ao Executivo em fevereiro, mas o governador Geraldo Alckmin (PSDB) optou pelo veto, sob justificativa de que o Estatuto do Desarmamento de 2003, lei federal, já veda a fabricação e comércio das armas de brinquedo.

De volta à Assembleia, o veto foi derrubado pelos deputados e não houve nova manifestação do governador. Diferentemente do Estatuto, a norma estadual prevê multa em caso de descumprimento: R$ 20,1 mil.

"A intenção é evitar que os bandidos tenham acesso", afirma o deputado André do Prado (PR), autor do projeto. Além daqueles idênticos às armas reais, ele defende a restrição até de brinquedos coloridos e pistolas de água. "Devemos acabar com a cultura da violência", diz.

De acordo com o ativista Bruno Langeani, do Instituto Sou da Paz, é preciso retirar de circulação as armas, réplicas ou verdadeiras, para mudar a sensação de insegurança.

"E o esforço deve ser mais em fiscalizar o comércio do que as fábricas, já que boa parte dos brinquedos é importada", afirma. Levantamento do instituto feito em 2013 revelou que 28,4% das armas apreendidas na capital em 2011 e 2012 eram simulacros ou de brinquedo.

Segundo o coronel da reserva José Vicente Silva Filho, especialista em segurança, a regra terá pouco efeito prático. "Se o contrabando de armas reais já é tão grande, a lei será inócua."

Em nota, a Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos disse que há 18 anos a indústria nacional não produz esse tipo de mercadoria. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) não certifica brinquedos que possam ser confundidos com armas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:ArmasBrinquedosEstado de São PauloLegislação

Mais de Brasil

Polícia Civil descobre 'Central do golpe do SMS' dentro de apartamento em São Paulo

Brasil espera número recorde de voos da Espanha, que já responde por 13% do volume europeu

Gestão Pochmann quer que sindicato de servidores do Instituto não use mais sigla IBGE no nome

AGU recorre de decisão do TCU que bloqueia verbas do programa Pé de Meia