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São Paulo é metrópole com pior qualidade do ar do mundo pelo segundo dia seguido

Na segunda-feira, 9, a capital paulista também liderou ranking

Agência o Globo
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Publicado em 10 de setembro de 2024 às 08h39.

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A cidade de São Paulo registrou nesta terça-feira, 10, a pior qualidade de ar do mundo pelo segundo dia consecutivo, segundo o site de monitoramento IQAir. Em um ranking dinâmico das metrópoles mais poluídas, a capital paulista aparece em primeiro lugar nas primeiras horas da manhã, com o indicador de qualidade do ar em 162 — quanto mais alto, pior. A marca superou os registros em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e em Kinshasa, na República Democrática do Congo.

Essa situação já se prolonga por alguns dias, com as cinzas das queimadas do Norte que mudaram a cor do céu, a capital paulista ficou entre as de pior qualidade do ar do país ontem e no domingo. A Cetesb alertou também que das 22 estações de medição do ar na Grande São Paulo, 20 apresentavam qualidade ruim (11) ou muito ruim (nove) ao meio-dia de ontem.

Além disso, a seca que ameaça grandes rios como o Madeira e o Paraguai também afetou a maior metrópole do país: o Pinheiros, que corta a capital paulista, está verde por receber menos água dos seus afluentes. O abastecimento nos reservatórios da Sabesp, da Grande São Paulo, despencou desde o início do outono, que marca o início do período mais seco na região. Três dos sete reservatórios estão com menos da metade de sua capacidade.

Fumaça de queimadas chega ao Sudeste

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 159.411 focos de incêndio de janeiro até ontem, um aumento de 100% em relação ao mesmo período de 2023. Apesar de estarem concentrados na Amazônia (52%) e no Cerrado (33%), a fumaça atingiu 60% do país no último final de semana.

Os três estados com mais incêndios neste ano são os mesmos que em 2023: Mato Grosso, Pará e Amazonas. No ano passado, Pará era o estado com mais focos, por exemplo, mas a dimensão do fogo aumentou. A fumaça das queimadas tomou grande parte do país, inclusive o Sul e o Sudeste, e se espalha por Peru, Colômbia e Equador, alerta o pesquisador de sensoriamento remoto Henrique Bernini.

"Tem muita ocorrência ao mesmo tempo, queimando uma vegetação sob efeito de uma sequência de ondas de calor", explica Bernini. "Esse tanto de fumaça é suficiente para tornar a Amazônia um dos lugares que mais contribui para as mudanças climáticas, enquanto deveria ser o lugar com maior potencial de reverter a situação".

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