Trânsito na Avenida 23 de Maio, em São Paulo: um dos projetos cruza dados da bilhetagem do sistema de ônibus com os GPSs dos coletivos e determina a lotação dos ônibus (Fábio Arantes / Prefeitura de São Paulo)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2014 às 09h29.
São Paulo - Os semáforos de São Paulo finalmente devem começar a "conversar" entre si e serem reprogramados à distância, respondendo ao tamanho dos congestionamentos.
A Prefeitura cria nesta sexta-feira, 21, o Laboratório de Mobilidade de São Paulo - uma tentativa de R$ 800 mil em parceria com a Universidade de São Paulo para usar todas as conexões que a internet possibilita para melhorar o trânsito e o fluxo dos ônibus da capital.
O laboratório vai oferecer dados públicos do sistema de semáforos, radares, câmeras da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), catracas e GPSs dos ônibus e até celulares de motoristas e passageiros de coletivos.
A ideia é dar todas as ferramentas para desenvolvedores de programas criem saídas tecnológicas para os problemas de mobilidade.
"Vamos dar bolsas de R$ 350 a até R$ 5.900 para os projetos selecionados", diz o chefe de gabinete da SPTrans e coordenador do laboratório, Ciro Biderman. Há projetos já pré-aprovados. Um deles cruza dados da bilhetagem do sistema de ônibus com os GPSs dos coletivos e determina a lotação dos ônibus.
"Para o usuário, é uma informação que determina se a pessoa tem de embarcar no ônibus que está esperando ou se pode esperar pelo próximo coletivo. Para nós, ajuda a planejar melhor as linhas", diz Biderman. Outro projeto é o de integração dos semáforos.
Atualmente, os cerca de 6.500 faróis da capital vêm de três fabricantes diferentes. Os sistemas não conversam entre si e muitos deles são obsoletos. O projeto em andamento tenta solucionar a falta de conexão.
Protocolo aberto.
Tudo isso só é possível porque o Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétrica da USP desenvolveu um protocolo aberto que integra todas essas fontes de informação. A USP vai atuar no laboratório atestando que as propostas apresentadas realmente tenham códigos abertos - que podem ser usados por qualquer um.
"Analisamos equipamentos que supostamente tinham código aberto, mas descobrimos que eles estavam ligados à esquemas fechados, que só algumas empresas tinham controle", diz o professor da USP Eduardo Mário Dias.
Governo aberto.
O laboratório é principal aposta da gestão Fernando Haddad (PT) de criação de um governo aberto - expressão que prevê transparência de informação, inovação tecnológica e participação popular. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.