Vacinação drive-thru em São Paulo: retomada (Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de abril de 2021 às 13h38.
Última atualização em 14 de abril de 2021 às 14h11.
Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira, 14, o governo de São Paulo anunciou a vacinação contra o coronavírus para pessoas de 60 a 64 anos no Estado. Para quem tiver 63 e 64, a imunização começa em 29 de abril; para aqueles com 60 a 62 anos, a vacina estará disponível a partir de 6 de maio. O grupo, de acordo com o governador João Doria (PSDB), contém 2,24 milhões de pessoas.
Doria também afirmou que este grupo receberá, majoritariamente, as vacinas da Universidade de Oxford/AstraZeneca, produzidas no País pela Fiocruz. Com isso, o Estado aguarda o Ministério da Saúde enviar o lote com as doses. Ainda nesta manhã, o Instituto Butantan entregou uma nova remessa ao governo com 1 milhão de doses da Coronavac, a serem incorporados no Plano Nacional de Imunização (PNI).
Desde a última segunda-feira, 12, o Estado regrediu para a fase vermelha do Plano São Paulo, menos restritiva que a fase emergencial, implementada desde 15 de março. Ainda ontem, o secretário estadual da Saúde Jean Gorinchteyn afirmou que o período de maiores restrições conseguiu reduzir as internações gerais em 17,5%.
Nesta manhã, o governo de São Paulo afirmou ter enviado nove ofícios ao Ministério da Saúde solicitando medicamentos do kit intubação para pacientes graves de covid-19. O objetivo é repor estoques e evitar o desabastecimento de remédios essenciais para o tratamento da doença. Para evitar o colapso no atendimento, o prazo solicitado é de 24 horas.
Um novo lote com 1 milhão de doses da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica Sinovac Biotech, foi liberado ao Ministério da Saúde para o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Desde janeiro, já foram disponibilizadas 40,7 milhões de doses ao Governo Federal, mas a produção dos próximos lotes, que devem completar as 46 milhões de doses previstas até 30 de abril, depende do acesso ao Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) vindo da China.
Com a previsão de chegada do IFA até 20 de abril, há a possibilidade de atraso no calendário de entrega dos novos imunizantes ao Ministério da Saúde. Isso porque a produção da Coronavac leva cerca de 20 dias para ser finalizada, o que deve postergar a nova entrega para maio.
"Estamos com a expectativa de que ele (IFA) chegue antes. Vamos iniciar a produção rapidamente, 20 dias é o máximo", afirmou em coletiva o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. "Estamos trabalhando com a possibilidade de encurtar o prazo para a liberação, o material está pronto, mas nós ainda não temos autorização para fazer a importação", acrescentou.
Até agora, foram feitas 23 entregas de imunizantes ao Ministério da Saúde, totalizando 88,4% das vacinas previstas no primeiro contrato com o Governo Federal. Até 30 de agosto, o Butantan fará a entrega das 100 milhões de doses acordadas e, a partir de 30 setembro, o estado de São Paulo também será um comprador.
"Nós já autorizamos a aquisição de 30 milhões de doses do Butantan após cumprir o nosso contrato com o Brasil, com o Ministério da Saúde. A partir de setembro, serão 30 milhões de doses para os brasileiros que residem em São Paulo", afirmou o governador João Doria (PSDB-SP), também presente na coletiva.
O Butantan já firmou com a chinesa Sinovac mais 54 milhões de doses para o segundo semestre. De acordo com Covas, cerca de 30 milhões serão destinadas à compra de São Paulo e mais 30 milhões ao Ministério da Saúde. A expectativa é de que a produção acelere.
"O que nós pretendemos nesse momento é que o volume de matéria-prima seja aumentado. A Sinovac começa a colocar em funcionamento uma terceira linha, com grande capacidade de produção, e isso pode melhorar muitos aspectos quantitativos a partir do segundo semestre", disse Covas.
Até o momento, mais de 80% das vacinas disponíveis no País contra a covid-19 são do Butantan. Só em abril, foram disponibilizadas 4,5 milhões de doses da Coronavac.