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Salles anuncia plano com BID para criar novo fundo para a Amazônia

Enquanto o ministro faz negociações, Fundo Amazônia, com doações de Noruega e Alemanha, está paralisado

Queimadas na Amazônia: Brasil chamou atenção internacional com aumento no número de queimadas nos últimos meses (Bruno Kelly/Reuters)

Queimadas na Amazônia: Brasil chamou atenção internacional com aumento no número de queimadas nos últimos meses (Bruno Kelly/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de setembro de 2019 às 07h59.

Última atualização em 20 de setembro de 2019 às 08h01.

São Paulo — O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou nesta quinta-feira, 19, o plano de criar um fundo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a Amazônia. Não há detalhes sobre países ou entidades doadoras, recebedoras, valor ou prazo para início da vigência do fundo.

Salles afirmou, após reunião com o presidente do banco, Luis Alberto Moreno, em Washington, que será um "mecanismo importante para avançar na bioeconomia, pagamento por serviços ambientais".

"Essa estruturação ainda estamos montando, mas é um fundo que contempla países e setor privado tanto na ponta de doação quanto no recebimento dos investimentos, para pesquisa, desenvolvimento de atividades. Tende a ser um instrumento consistente para finalmente desenvolver essa oportunidade da bioeconomia na Amazônia."

Salles disse que os valores serão "bastante significativos", mas que ainda não há cifras. Dentro do BID, havia a discussão sobre a possibilidade de utilizar verba já existente para o apoio à região, mas a opção feita foi pela criação de novo fundo.

Enquanto o ministro faz negociações durante agenda nos Estados Unidos, o Fundo Amazônia, com doações de Noruega e Alemanha, está paralisado. O governo tenta rever mecanismos de gestão do fundo que conta com a verba dos europeus.

Em Washington, Salles se reuniu com investidores e concedeu entrevistas a veículos de imprensa estrangeiros, na tentativa de acalmar os ânimos sobre a situação das queimadas na Amazônia. Ele pretende discursar na Cúpula do Clima da ONU, na próxima semana, se a organização do evento permitir. O Brasil ficou de fora da lista de oradores do encontro, que acontecerá em Nova York.

O programa inicial da Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas ainda não teve o cronograma final divulgado, mas até agora o país não foi incluído entre os oradores, segundo fonte que participa da elaboração do programa.

A ONU pediu aos países que enviassem informações sobre aumento da ambição dos compromissos climáticos. A intenção era dar espaço nos discursos para aqueles países que tivessem atitude inspiradora sobre combate à crise ambiental e demonstrassem novas metas a serem perseguidas e programas a implementar.

O Brasil chamou atenção internacional com aumento no número de queimadas nos últimos meses. Em agosto, os focos de incêndio na Amazônia foram quase o triplo do registrado no ano passado, de acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Foram 30.901 focos de incêndio, ante 10.421 em agosto do ano passado – alta de 196%.

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