Deputada Luiza Erundina: "é inaceitável. Roberto Amaral é um dos fundadores do partido, não faz sentido", disse (Agência Brasil/Valter Campanato)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2014 às 21h03.
Brasília - A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) rechaçou nesta terça-feira a sugestão do colega de bancada, Júlio Delgado (PSB-MG), de que o ex-presidente do partido, Roberto Amaral, deve deixar a legenda por discordar abertamente do apoio ao candidato tucano Aécio Neves.
"É inaceitável. Roberto Amaral é um dos fundadores do partido, não faz sentido. Que partido democrático é esse?", questionou a deputada.
Erundina, que recusou fazer parte da nova composição da Executiva do PSB, disse que a sigla passa por um momento de divergência "circunstancial" e que isso "vai passar".
"Eu também faço minhas críticas. E aí, vão querer me expulsar?", provocou. Ao Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, Delgado defendeu a saída de Amaral, mas por outro lado, disse que ninguém o expulsará do partido, que essa é uma decisão que ele teria de tomar.
Após mais uma manifestação pública de Amaral condenando o apoio do PSB ao candidato do PSDB, o deputado avaliou que Amaral está "sem clima nenhum" para permanecer na legenda.
Em artigo publicado hoje no jornal "Folha de S.Paulo", Amaral diz que a aliança com o tucano renega os compromissos estatutários e programáticos do partido, além de jogar pela janela sua história.
"Ora, ao dar apoio a Aécio Neves, o PSB resolveu se aliar à social-democracia de direita, abandonando o campo da esquerda", escreveu o ex-presidente da sigla.
"Ele usa seu direito de expressão", defendeu Erundina. A deputada afirmou que trabalhará para evitar que Amaral saia do PSB e considera que qualquer pressão dos novos dirigentes para que ele não permaneça na legenda seria malvisto pela sociedade.
Erundina criticou a nova composição da cúpula do partido - que agregou dirigentes do PSB pernambucano - e disse que se recusou a continuar na Executiva por considerar que a estrutura não tem nada a ver com ela. "Critico a forma como se construiu a Executiva. Foi uma intervenção de Pernambuco", atacou.