Vista do coletor de água no sistema de abastecimento de água da Cantareira, na represa de Jaguari (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2014 às 18h34.
São Paulo - Após cerca de 45 dias de impasse, os órgãos gestores do Sistema Cantareira chegaram a um acordo e decidiram reduzir em 13,2% o volume médio de água que pode ser retirado do manancial pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para abastecer a Grande São Paulo.
A medida, porém, ocorrerá em duas etapas e a estatal paulista terá um mês para fazer a primeira redução.
Desde o início de julho, a vazão liberada do Cantareira para a Sabesp é de 19,7 mil litros por segundo.
Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), do governo paulista, um acordo definiu que a partir do dia 30 de setembro a Sabesp poderá retirar do Cantareira 18,1 mil litros por segundo em média.
A partir do dia 31 de outubro, o índice cai para 17,1 mil litros por segundo.
Isso significa que, em novembro, a Sabesp terá disponível para captação praticamente metade (55%) do volume de água estabelecido na outorga de uso do manancial assinada em 2004, de 31 mil litros por segundo.
Em janeiro deste ano, por exemplo, a concessionária retirou em média 29,9 mil litros por segundo, cerca de 10 mil litros a mais do que tem retirado neste mês de agosto: 19,3 mil litros por segundo.
Apesar da redução, o nível do Cantareira só caiu neste período. Nesta sexta-feira, 29, o manancial está com 11,3% da capacidade, operando exclusivamente com água do chamado "volume morto", reserva profunda das represas.
Desde o início da crise, a Sabesp deixou de abastecer cerca de 2,3 milhões de pessoas com água do Cantareira. Hoje, cerca de 6,5 milhões de pessoas ainda recebem em suas casas água do manancial em crise.
A nova redução determinada pelo órgãos gestores até outubro, de 2,6 mil litros por segundo, é o suficiente para abastecer cerca de 500 mil pessoas, mesmo contingente que a Sabesp pretende tirar da área de influência do Cantareira até o final deste ano.
Para a região de Campinas, onde cerca de 5 milhões de pessoas recebem água do Cantareira, os órgãos gestores mantiveram a vazão de 3 mil litros por segundo, com possibilidade de aumentar para 4 mil caso haja necessidade.