Brasil

Sabesp reduz demais a pressão da água e pode ser multada

Prática caracteriza infração e pode provocar falhas de abastecimento nas regiões mais altas e afastadas da capital. Companhia pode ser multada


	Torneira: pressão da água na tubulação chegou a 8 metros de coluna de água, quando deveria ser de ao menos 10
 (Pedro França/Agência Senado)

Torneira: pressão da água na tubulação chegou a 8 metros de coluna de água, quando deveria ser de ao menos 10 (Pedro França/Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2014 às 08h41.

São Paulo - Uma investigação sobre falta d'água na capital paulista feita pela agência estadual que fiscaliza o serviço prestado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) constatou que a empresa reduziu a pressão da água na rede de distribuição além do limite mínimo estabelecido pela norma técnica brasileira.

Segundo o órgão, a prática caracteriza infração e pode provocar falhas de abastecimento nas regiões mais altas e afastadas da capital. A Sabesp foi notificada e pode ser multada.

De acordo com a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), a fiscalização feita nos Centros de Controles Operacionais da Sabesp na cidade detectou que a pressão da água na tubulação chegou a 8 metros de coluna de água (m.c.a.), abaixo dos 10 m.c.a. definidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) na regra que regula a distribuição de água para abastecimento público - que a Sabesp diz seguir.

O m.c.a. é a unidade que mede a pressão da água na rede a partir dos reservatórios de distribuição. Quanto menor o índice, menor o alcance da água. O máximo recomendado é de 50 m.c.a.

Segundo Jorge Giroldo, professor de Hidráulica do curso de Engenharia da Fundação Educacional Inaciana (FEI), a pressão de 10 metros por coluna de água é a medida mínima para que a água chegue nas regiões mais altas de São Paulo. Com 8 m.c.a., o recurso vai ter mais dificuldade para alcançar a torneira do consumidor. "Pode ser que em uma casa de dois andares a água tenha dificuldade para chegar na parte de cima, mas no piso térreo é possível."

Realizada entre junho e setembro, após aumento das queixas de falta d'água, a fiscalização da Arsesp constatou ainda que as ocorrências de redução de pressão na rede da Sabesp são "geralmente no período noturno" e "com duração média entre 6 e 10 horas". A agência informou ter recebido no período 339 reclamações por falta de água e pressão insuficiente de clientes da Sabesp.

"Com base nas informações e manifestações apresentadas pela Sabesp avaliamos que ocorreram intermitências no abastecimento de água, caracterizando infração dos regulamentos estabelecidos", afirma a Arsesp. Segundo o órgão, a Sabesp recebeu sete notificações para esclarecer casos de falta d'água. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Águacidades-brasileirasCrises em empresasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasMetrópoles globaisSabespSaneamentosao-pauloServiços

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022