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Sabesp prevê uso do volume morto até 27 de novembro

A empresa projeta que os 196 bilhões de litros que começam a ser retirados do fundo dos reservatórios daqui a 30 dias sejam suficientes até lá


	Serra da Cantareira: na segunda-feira, 14, o nível do volume útil do sistema estava em 12,1%
 (Bruno Dantas/Wikimedia Commons)

Serra da Cantareira: na segunda-feira, 14, o nível do volume útil do sistema estava em 12,1% (Bruno Dantas/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 10h09.

São Paulo - A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) vai dividir em duas etapas a captação de água do chamado volume morto do Sistema Cantareira.

A empresa projeta que os 196 bilhões de litros que começam a ser retirados do fundo dos reservatórios daqui a 30 dias sejam suficientes para abastecer a Grande São Paulo até 27 de novembro.

A empresa detalhou o plano de emergência ao comitê anticrise que monitora a seca do principal manancial paulista. O grupo é liderado por técnicos do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), do governo paulista, e da Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal.

Ambos definem a vazão máxima de água que a Sabesp pode retirar por mês do Cantareira para abastecer 47,3% da Região Metropolitana. Na segunda-feira, 14, o nível do volume útil do sistema estava em 12,1%.

Segundo fontes ligadas ao comitê, a Sabesp não apresentou nenhum plano de racionamento generalizado de água. Caso não volte a chover dentro do esperado em novembro, quando começa a temporada de chuvas, a empresa pretende retirar mais água do volume morto, que tem mais de 400 bilhões de litros.

Esse volume é chamado assim porque a água fica abaixo do nível do túnel de captação e tem de ser bombeada. Procurada, a Sabesp não confirmou nem negou as informações.

Na semana passada, a presidente da empresa, Dilma Pena, disse que o abastecimento está garantido sem o rodízio generalizado de água até novembro. Em fevereiro, o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, já havia dito ao Estado que, "se não chover dentro da média nos próximos meses", a companhia teria de adotar "medidas mais drásticas", como racionamento.


O mesmo cenário foi descrito no relatório de sustentabilidade da empresa, divulgado há duas semanas aos investidores da companhia, mas nenhuma previsão foi apresentada ao comitê anticrise.

Cronograma

Aos técnicos do grupo, a Sabesp informou que em 15 de maio começa a retirar cerca de 116 bilhões de litros represados abaixo do túnel de captação das Represas Jaguari-Jacareí, na cidade de Joanópolis, interior paulista.

Previsto inicialmente para junho, o uso do volume morto foi antecipado nos dois principais reservatórios do sistema porque eles estão em situação mais crítica, com só 4,9% de volume armazenado. Juntos, representam 82% da capacidade do sistema.

Essa primeira captação acaba em 28 de agosto, segundo projeção feita pela Sabesp. A partir de setembro, começa a retirada de aproximadamente 80 bilhões de litros da Represa Atibainha, em Nazaré Paulista, que tem duração prevista até 27 de novembro.

Na segunda-feira, o reservatório estava com 48,4% da capacidade. Ao todo, a Sabesp deve gastar R$ 80 milhões com obras para fazer a captação profunda.

Especialistas ouvidos pelo Estado dizem que a água do volume morto pode ter contaminantes que não são tratados no sistema convencional de abastecimento. A Sabesp, no entanto, garante a qualidade da água. A empresa aposta ainda na reversão de água dos Sistemas Guarapiranga e Alto Tietê e na adesão ao plano de bônus para evitar o rodízio generalizado.

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