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Sabesp não pode fazer mais nada sobre água, diz diretor

Para diretor metropolitano da Sabesp, crise é decorrência de fenômeno global que atingiu outros países e não só a região Sudeste do Brasil


	Estação da Sabesp: "Rodízio é quando não tem água na tubulação", disse diretor metropolitano
 (SABESP/Divulgação)

Estação da Sabesp: "Rodízio é quando não tem água na tubulação", disse diretor metropolitano (SABESP/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2014 às 16h35.

São Paulo - O diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Paulo Massato, negou nesta quarta-feira, 28, que haja racionamento de água na Grande São Paulo e disse que se a crise de estiagem do Sistema Cantareira se agravar vai "distribuir água com canequinha" aos moradores atendidos pela concessionária.

"Nós já economizamos a retirada do Cantareira em 9 mil litros por segundo. Para obter o mesmo resultado seria necessário implantar rodízio de um dia e meio com água e cinco dias sem água. Se houver alguma crise maior, nós vamos distribuir água com canequinha. Porque não é possível ter alguma coisa mais drástica do que nós já estamos praticando", disse Massato.

Ele participou nesta quarta-feira de uma audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo convocada pela Comissão de Política Urbana, já que a Sabesp tem há quase quatro anos contrato com a Prefeitura de São Paulo para operar o serviço de água e esgoto na capital.

Segundo Massato, a crise é decorrência de um fenômeno global que atingiu outros países, como Austrália, Chile e Estados Unidos - além da região Sudeste do Brasil.

"Caso esse fenômeno continue, não tenho dúvida de que a crise será muito mais séria. Não tenho dúvida de que nós não teremos produção agrícola e energia elétrica no próximo ano", disse Massato. "Eu diria que se acontecer esse cenário nós não teremos nem energia para tratar e elevar essa água. A energia vai acabar antes da água, se esse cenário persistir", completou.

Os vereadores haviam convidado a presidente da Sabesp, Dilma Pena, para explicar a redução da pressão da água na rede de distribuição da empresa no período noturno.

A prática foi revelada pelo Estado em abril a partir de um documento da Prefeitura de São Paulo que classificou a medida como "racionamento noturno".

Massato, que representou Dilma na audiência, negou. "Rodízio é quando não tem água na tubulação", disse.

Para o vereador José Police Neto (PSD), a Sabesp deveria dar mais transparência de suas ações à população, já que medidas como a redução de pressão e a reversão de água dos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê para bairros da capital antes atendidos pelo Cantareira tem causado corte no fornecimento de água.

"A questão não é o quanto tem se debatido, o quanto tem se estudado e o quanto não se quer restringir o consumo por medida de força. Mas a informação. É princípio básico prestar informação ao cidadão. No caso aqui, não é nem princípio, é cláusula contratual que pode ter sido violada. Aí, erra a Sabesp ao não informar e erra o município ao não fiscalizar o que é essencial", disse Police Neto.

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