Trabalhador da Sabesp olha para o chão rachado da represa de Jaguary, em Bragança Paulista, interior de São Paulo (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 21h08.
São Paulo - Questionada sobre a possibilidade de adoção de um sistema de racionamento de água na Grande São Paulo, a Sabesp informou nesta terça-feira, 25,, em nota, que "não trabalha com nenhum tipo de restrição de consumo". Nesta tarde, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), havia afirmado que um eventual racionamento de água na capital cabe a uma decisão da concessionária. "É uma decisão técnica que está sendo monitorada dia a dia pela Sabesp."
Procurada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a companhia reafirmou que ainda está definindo qual a forma que utilizará para explorar o volume morto (abaixo dos níveis operacionais) do Sistema Cantareira. No entanto, segundo Alckmin, um projeto para construção da infraestrutura necessária para o uso da reserva adicional de 400 milhões de metros cúbicos já estaria pronto.
Em nota, a Sabesp se limitou a destacar as medidas já adotadas para enfrentar o período de falta de chuvas que levou o Sistema Cantareira a registrar o menor nível da sua história. A primeira delas foi a transferência do abastecimento de 1,6 milhão de moradores da zona leste de São Paulo, antes atendidos pelo Cantareira, para o Sistema Alto Tietê. Em seguida, a concessionária lançou um programa de descontos nas tarifas para estimular a redução do consumo de água.
Segundo a Sabesp, "a previsão dos institutos de meteorologia é que as chuvas voltem aos níveis médios em março, normalizando o sistema". No entanto, segundo cálculo de especialistas seria necessário chover cerca de 1.000 milímetros (mm) sobre as reservas do Cantareira entre fevereiro e março para que os reservatórios voltem a operar dentro de um nível de segurança. O volume é mais que o dobro da média histórica para os dois meses. Até agora, em fevereiro choveu somente 30% do previsto.