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Sabesp admite possível racionamento de água em SP

Menor índice de chuvas em 84 anos e o aumento do consumo de água reduziram para 22% o volume de armazenamento no principal de sistema de abastecimento da região

Trabalhador da Sabesp olha para o chão rachado da represa de Jaguary, em Bragança Paulista, interior de São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

Trabalhador da Sabesp olha para o chão rachado da represa de Jaguary, em Bragança Paulista, interior de São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2014 às 18h09.

São Paulo - O diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Paulo Massato, admitiu que há possibilidade de a empresa adotar um esquema de racionamento de água na Grande São Paulo diante da questão de armazenamento do Sistema Cantareira, que atingiu o pior nível dos últimos dez anos. O menor índice de chuvas em 84 anos e o aumento do consumo de água reduziram para 22% o volume de armazenamento no principal de sistema de abastecimento da região.

"Se não chover dentro da média nos próximos meses, a Sabesp terá de adotar medidas mais drásticas", disse. Perguntado sobre a possibilidade de racionamento de água, Massato confirmou que o risco "sim, existe". Ele afirmou que em dezembro choveu 60 milímetros - a mínima histórica para o mês até então era de 104 mm. Em janeiro, choveu 87,7 mm contra uma média de 250 mm para o período. O período chuvoso (quando a Sabesp acumula água nas reservas) vai até março.

Ainda de acordo com o diretor metropolitano da Sabesp, além da escassez de chuvas, o consumo de água está acima da média, consequência das temperaturas mais elevadas. "Todas as nossas unidades de tratamento na região estão produzindo acima da média. Estamos atingindo um recorde de produção de 74,2 mil litros por segundo, acima da nossa capacidade nominal, que é capacidade de projeto, de 73 mil litros por segundo."

Mudanças

Segundo Massato, a Sabesp já alterou o abastecimento da zona leste da capital paulista, que concentra 1,6 milhão de consumidores. Antes abastecida pelo Sistema Cantareira, a região agora bombeia água do Sistema Alto Tietê, que também atende outras áreas da capital. O custo com energia elétrica para o bombeamento de água para a região, conforme o diretor metropolitano, será compensando pelo aumento do consumo de água observado, que, consequentemente, resultará num faturamento maior para a companhia.

"Além da questão elevatória, quando estamos produzindo mais, a quantidade de energia elétrica gasta também é maior. Vamos gastar mais, claro, mas tudo proporcional ao aumento do consumo", disse. Sobre a possibilidade de a empresa ficar sujeita a multas pelo desabastecimento temporário ou, então, realizar descontos na conta dos consumidores por causa de um possível racionamento, Massato respondeu que a decisão cabe à Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp).

"Mas eu acredito que a Arsesp vai entender que o volume de água que está na conta do nosso cliente é o que ele realmente consumiu e, portanto, o que ele terá que pagar. Há desconforto? Claro que há. Mas a intermitência não é estrutural, é climática." O diretor declarou ainda que a região da Grande São Paulo não possui mais recursos hídricos que sejam explorados. A dificuldade de armazenamento, de acordo com Massato, afeta apenas a região e a situação dos demais sistemas do Estado está dentro da média. No entanto, se a tendência de poucas chuvas se mantiver, cidades do interior paulista com sistema de captação a superfície também podem enfrentar obstáculos, especialmente no período seco, que se inicia em abril.

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