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Sabatina de Alexandre de Moraes abordará fatos de sua vida

Os senadores poderão fazer a Moraes perguntas sobre temas que estejam na alçada do STF ou em discussão na sociedade e no Congresso Nacional

Alexandre de Moraes: senadores oposicionistas dizem querer saber como Moraes se posicionará caso venha a julgar o processo de impeachment da chapa Dilma-Temer (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Alexandre de Moraes: senadores oposicionistas dizem querer saber como Moraes se posicionará caso venha a julgar o processo de impeachment da chapa Dilma-Temer (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 21 de fevereiro de 2017 às 12h12.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2017 às 12h13.

Começou há pouco na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a sessão que vai sabatinar o ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, indicado para assumir uma vaga de ministro no Supremo.

Moraes é o indicado de Michel Temer para ocupar o posto deixado por Teori Zavascki, que faleceu em um acidente aéreo em janeiro.

Com o início da sessão marcado para as 10h, Moraes chegou à CCJ por volta de 9h40, acompanhado da esposa e de assessores, e aguardou o início da sabatina em uma sala reservada. A segurança da comissão foi reforçada para a sabatina.

Logo no início da sessão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que vai apresentar questão de ordem pedindo o adiamento da sabatina de Alexandre de Moraes.

Segundo Randolfe, Moraes omitiu que tem vínculo familiar com profissional que trabalha para o Supremo Tribunal Federal (STF).

"O candidato sabatinado omitiu na sua declaração, conforme preceitua o Artigo 3 do Regimento Interno, no inciso 1, a existência de parentes que exercem atividade pública privada. A internet nos dá conhecimento de um escritório de advocacia, a sua esposa é sócio-coordenadora desse escritório. Para nós, esta é uma razão mais do que bastante para que a sabatina seja adiada", declarou Randolfe no início dos trabalhos.

Sabatina

Nas próximas horas, os senadores poderão fazer a Moraes perguntas sobre temas que estejam na alçada do STF ou em discussão na sociedade e no Congresso Nacional.

Também podem interpelar o indicado a respeito de seu currículo profissional e outros fatos de sua vida que considerarem relevantes.

Durante a sabatina, a base governista deve reforçar as qualidades técnicas de Alexandre de Moraes, enquanto a oposição adiantou que deve questioná-lo sobre sua filiação partidária com o PSDB.

Os senadores oposicionistas também declararam que querem saber como Moraes se posicionará caso venha a julgar o processo de impeachment da chapa Dilma-Temer que tramita no Tribunal Superior Eleitora (TSE), já que alguns ministros do STF também fazem parte da composição da corte eleitoral.

O presidente da comissão também pode trazer questionamentos feitos por internautas no portal do Senado. Até ontem (20), o portal já tinha recebido mais de 800 perguntas ou comentários.

O número supera o registrado durante a última sabatina para uma vaga de ministro do Supremo realizadada na comissão, em 2015, de Luiz Edson Fachin.

O regimento do Senado não estabelece tempo para a sabatina. A de Fachin, durou mais de 12 horas.

Após a sabatina, a comissão votará a indicação de Moraes, em procedimento secreto. Caso o resultado seja favorável à indicação, o parecer da CCJ será encaminhado ao plenário do Senado que pode votar, também de forma sigilosa, a nomeação de Moraes ainda hoje (21), dependendo do horário em que terminar a sabatina.

Alexandre de Moraes só poderá ser nomeado ministro do STF se receber pelo menos 41 votos, o que representa a maioria absoluta dos 81 senadores.

A competência do Senado para aprovar a indicação de magistrados está prevista na Constituição Federal. E cabe à CCJ, comissão responsável por analisar a constitucionalidade das matérias que tramitam no Senado, realizar a arguição pública dos indicados.

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