Brasil

Rui Costa diz que governo não sabe quantas obras estão paralisadas no país: "Demonstração do caos"

A expectativa é que ex-governador da Bahia coordene a execução de políticas públicas de infraestrutura, como o Programa de Aceleração do Crescimento.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, assume o cargo  em uma cerimônia no Salão Oeste do Palácio do Planalto (José Cruz/Agência Brasil)

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, assume o cargo em uma cerimônia no Salão Oeste do Palácio do Planalto (José Cruz/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 2 de janeiro de 2023 às 15h23.

Última atualização em 2 de janeiro de 2023 às 15h39.

O ex-governador da Bahia Rui Costa tomou posse na manhã desta segunda-feira como ministro da Casa Civil e afirmou que a nova administração federal não sabe quantas obras estão paralisadas no Brasil hoje. Ele afirmou que a ausência de informações estratégicas como essa são a "demonstração do caos" que precisará ser corrigido. Principal ministério do Palácio do Planalto, a Casa Civil vai gerenciar os projetos e programas das demais pastas da máquina federal.

"As prioridades iniciais serão de retomada do Brasil, sair desse momento de paralisa completa. Nem mesmo sabemos quantas obras do Brasil estão paralisadas, nem o próprio ministro de cada pasta consegue precisar. Isso é a demonstração do caos que estamos recebendo. Inclusive obras foram deletadas do arquivo como se concluídas estivessem. Agora, isso é problema nosso e vamos resolver", comprometeu-se Costa durante cerimônia de posse.

À frente da Casa Civil, a expectativa é que Rui Costa coordene a execução de políticas públicas de infraestrutura, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Aliados enxergam no ex-governador o perfil semelhante ao que Dilma Rousseff desempenhou ao longo do segundo governo Lula, quando ficou conhecida como "mãe do PAC".

O ministro afirmou que irá buscar diálogo com os governadores e a sociedade. Ele pretende estabelecer um novo pacto federativo com os gestores estaduais.

"Sentaremos com as bancadas, com os ministros e vamos buscar intensificar com ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) um pacto federativo discutido com os governadores. Ainda em janeiro, o presidente quer reunir os governadores para que possamos definir pautas. Não teremos uma governança de imposição", afirmou.

A exemplo do que disse Lula em sua posse, Costa defendeu ainda a união do Brasil, que saiu dividido do processo eleitoral deste ano:

"Unir o Brasil, unir os diferentes, não significa anular as ideias diferentes. Unir significa intensificar debate, buscar sínteses e consensos. Nossa equipe fará o melhor."

"Lá [na Bahia] ele trabalhava até de madrugada. Aqui, ele vai trabalhar de madrugada, inclusive sábado e domingo", afirmou o senador Jaques Wagner (PT-BA), aliado de Costa e fiador de sua indicação à Casa Civil.

Nascido em Salvador, o economista é filiado ao PT desde 1982 e foi eleito vereador em 2004. Durante o primeiro governo de Jaques Wagner na Bahia, assumiu a Secretaria de Relações Institucionais em 2007. Foi eleito deputado federal em 2010. Dois anos depois, licenciou-se para assumir o comando da Casa Civil no segundo mandato de Wagner. O cargo o cacifou para disputar o governo do Estado em 2014. Quatro anos depois, foi reeleito em primeiro turno com 76% dos votos.

LEIA TAMBÉM:

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaMinistério da Casa Civil

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022