Polícia militar de São Paulo entra em confronto com manifestantes: "PM já foi responsável por graves agressões físicas contra jornalistas", diz RSF (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2013 às 14h45.
Paris - A entidade Repórteres Sem Fronteiras (RSF) condenou nesta segunda-feira as ameaças e agressões sofridas por jornalistas durante os protestos organizados por causa do 7 de setembro, Dia da Independência, e pediu que sejam punidos para evitar que esse tipo de comportamento se repita.
"A polícia militar já foi responsável por graves agressões físicas contra jornalistas em manifestações da "primavera brasileira" (protestos ocorridos em junho, em referência à primavera árabe) e durante a visita do papa. Esses comportamentos se repetirão se não forem punidos", disse a organização em comunicado.
A RSF denunciou a ordem de ataque de cães da PM contra manifestantes e jornalistas enquanto eles se dirigiam para o estádio nacional Mané Garrincha, em Brasília, e o lançamento de gás lacrimogêneo por outros policiais contra um grupo que protestava na entrada da "Rede Globo", também na capital federal.
A ONG não escondeu, contudo, que algumas das agressões partiram dos próprios manifestantes.
"As críticas da imprensa não legitimam em nada a violência", disse a RSF, que reconheceu a necessidade de um debate nacional sobre os desequilíbrios de espaço na mídia brasileira, mas ressaltou que essa desigualdade não justifica nem torna toleráveis as agressões contra os repórteres que cobrem as manifestações.