O prejuízo com perdas nas lavouras de milho, feijão e soja era calculado em R$ 877 milhões na semana passada (Antônio Milena/Veja)
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2012 às 22h17.
Porto Alegre - A estiagem de mais de dois meses levou 142 municípios do Rio Grande do Sul a decretarem situação de emergência, conforme levantamento divulgado hoje pela Defesa Civil. Outras 36 prefeituras já indicaram que também vão recorrer à medida emitindo notificações preliminares de desastre (Nopred). O número de pessoas afetadas pela falta de chuva chegou a 627 mil, um total que corresponde a quase 6% da população do Estado, que tem 10,7 milhões de habitantes.
As regiões mais castigadas são o centro, o norte e o noroeste. O prejuízo com perdas nas lavouras de milho, feijão e soja era calculado em R$ 877 milhões na semana passada, quando foi feito o último levantamento. Embora tenha poucas atividades agrícolas, a Região Metropolitana de Porto Alegre também está sob riscos. Em São Leopoldo e Novo Hamburgo, o baixo nível do Rio dos Sinos obrigou as prefeituras a racionarem a distribuição de água. Outro rio da região, o Gravataí, também chegou a níveis preocupantes hoje.
Os produtores de arroz passarão a captar água da bacia por sistema de rodízio. Se a água baixar ainda mais, municípios como Cachoeirinha e Gravataí poderão recorrer ao racionamento. Em Santo Ângelo, no noroeste, um incêndio destruiu 18 hectares de uma lavoura de milho. A causa ainda é desconhecida, mas é certo que o fogo inicial, possivelmente originado de uma faísca, tenha se espalhado rapidamente porque a plantação estava seca. Além da estiagem, o Estado enfrenta uma onda de calor, com baixa umidade relativa do ar. Hoje a temperatura chegou a 37,7 graus em Santana do Livramento, no sul.
O quadro climático pode mudar parcialmente nos próximos dias, mas não vai alterar a situação das lavouras. A previsão do 8º Distrito de Meteorologia indica possibilidade de chuva amanhã e até de chuvas fortes e queda de granizo na quinta-feira, mas sempre em áreas isoladas.