Queijo compen$ado: de acordo com o MP, a produção do queijo adulterado era feita no município de Três de Maio, pela empresa Lacticínios Progresso (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2015 às 18h59.
Porto Alegre - O Ministério Público do Rio Grande do Sul deflagrou nesta terça-feira, 16, a primeira fase de uma operação de combate à fraude na produção de queijo no Estado. Durante a ação foram presas três pessoas relacionadas à empresa Lacticínios Progresso, com sede nas cidades de Três de Maio (norte do Estado) e Ivoti (na região metropolitana de Porto Alegre).
As investigações da operação, batizada de Queijo Compen$ado, apontaram que um grupo fabricava queijo com leite de má qualidade, rejeitado pela indústria. Além disso, era adicionado amido de milho, que serve para mascarar a colocação de menos leite do que o exigido pelas normas.
De acordo com o MP, a produção do queijo adulterado era feita no município de Três de Maio. Depois, aos sábados de madrugada, os donos da empresa transportavam a mercadoria por mais de 450 quilômetros, até Ivoti, onde os queijos eram fatiados e distribuídos pelo Estado. O MP estima que o produto fraudado tenha sido vendido a 72 estabelecimentos no Rio Grande do Sul.
Hoje foram presos o proprietário da Lacticínios Progresso, Volnei Fritsch, o filho dele e contador, Pedro Fritsch, e um sócio, Eduardo André Ribeiro. Além disso, responderão em liberdade o motorista Arnildo Roesler, o secretário de Agricultura de Três de Maio, Valdir Ortiz, e um fiscal municipal de Estância Velha, Roberto Nardi. O MP pediu o afastamento das funções dos dois agentes públicos, que teriam acobertado as atividades criminais.
Ainda há suspeita de que a Lacticínios Progresso estivesse sonegando impostos, já que, segundo as investigações, a empresa tem lucro mensal de R$ 1 milhão, mas declara apenas R$ 50 mil. Desde 2012, o Ministério Público gaúcho também combate fraudes na indústria do leite no Rio Grande do Sul.