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Roubo de carros com seguro sobe 16% no Rio no 1º trimestre

Segundo dados da Federação Nacional de Seguros Gerais, 100 veículos são roubados por dia. No mesmo período do ano passado, a média de roubos era de 84

Roubos: para enfrentar essa situação de roubos crescentes, o mercado segurador pode adotar dois tipos de ação. Uma delas é a regulação de preços (djedzura/Thinkstock/Thinkstock)

Roubos: para enfrentar essa situação de roubos crescentes, o mercado segurador pode adotar dois tipos de ação. Uma delas é a regulação de preços (djedzura/Thinkstock/Thinkstock)

AB

Agência Brasil

Publicado em 5 de maio de 2017 às 16h33.

Última atualização em 5 de maio de 2017 às 16h59.

O roubo de carros segurados no estado do Rio de Janeiro aumentou 16% no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados divulgados hoje (5) pela Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), totalizando 100 veículos roubados por dia.

No mesmo período do ano passado, a média de roubos era de 84 veículos/dia. Noventa por cento dos roubos ocorreram na capital fluminense e na região metropolitana do Rio de Janeiro.

De acordo com o diretor executivo da FenSeg, Julio Rosa, o aumento é resultado da violência crescente no estado.

A redução da oferta de peças automotivas de reposição pela indústria, decorrente da diminuição da produção de veículos, desabasteceu os distribuidores e também influenciou o incremento dos roubos de automóveis, segundo a entidade.

O horário que registrou maior número de ocorrências de roubos foi das 18h às 24h, com 47% do total, seguida do período de 6h e 18h, com 40%. O horário de 24h às 6h somou 13% das ocorrências.

Julio Rosa destacou que o Rio de Janeiro está entre os quatro piores resultados do Brasil em termos de roubos de veículos nas capitais.

Os demais são Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. "Esses quatro estão com uma violência acima da média".

Em Pernambuco, que lidera os roubos de veículos no Nordeste do país, a proporção é pequena em comparação aos demais estados, em razão do tamanho menor da frota, explicou. As seguradoras estão levantando os dados referentes ao mercado nacional.

Regulação

Para enfrentar essa situação de roubos crescentes, o mercado segurador pode adotar dois tipos de ação. Uma delas é a regulação de preços.

A outra é a regulação de subscrição, ou seja, há bairros nesses estados que o mercado não aceita mais fazer seguro.

"Dependendo do percentual de roubo dessas regiões do Brasil, o mercado pode começar a recusar a aceitação do seguro, de forma ampla e condicional."

Julio Rosa disse que não aceitar pode significar também colocar preço que a demanda não vai pagar.

Da frota circulante de veículos no país, apenas 30% têm seguro. "Setenta por cento não adquirem seguro por dois motivos: falta de condições financeiras e porque parte da frota tem mais de dez anos e o mercado segurador não aceita ainda", disse o diretor da FenSeg.

Ele acredita que com o fortalecimento do seguro auto popular, que vai atingir carros mais velhos, o percentual de veículos segurados terá sua participação ampliada.

O auto popular já está em vigor mas ainda é incipiente, apontou Rosa. Um projeto piloto se acha em curso em São Paulo, informou. "Ainda não tem produto à disposição do auto popular."

O levantamento feito pela FenSeg revela que a zona sul do município do Rio de Janeiro, que historicamente apresenta um percentual baixo de roubo de veículos, em relação a outras regiões da cidade, teve um crescimento de 45,77% nos roubos, nos três primeiros meses deste ano.

Os bairros da região com maior número de ocorrências são: Flamengo, Ipanema e Lagoa.

A Ilha do Governador, na zona norte, também chamou a atenção pelo crescimento de 77,56% dos roubos de veículos, no mesmo período.

A sondagem constatou ainda que os veículos roubados têm como destinos principais o desmanche, para revenda das peças, e a clonagem, com transferência dos carros para outros estados e países.

Mandamentos

A FenSeg elaborou uma cartilha para os segurados com algumas "dicas" ou mandamentos de segurança contra roubo de carros. O primeiro deles é que, ao sair da garagem de casa, em horários de pouco movimento na rua, o proprietário do veículo deve verificar as condições de segurança, como, por exemplo, observar se há algum estranho por perto ou se objetos estão interrompendo o caminho.

"Caso não sinta segurança em sair, aguarde um pouco; ao chegar em casa, aja da mesma forma", recomenda a Federação.

Outra sugestão é que, após as 22h, o usuário deve ter cuidado ao parar nos sinais.

"Fique atento ao movimento das ruas". De acordo com a cartilha, os motoristas nunca devem colocar bolsas, celulares ou qualquer outro objeto de valor sobre o banco do carona. "Guarde tudo embaixo do banco."

Independente do local e horário, os usuários não devem permanecer dentro do carro parado com o motor ligado para enviar mensagens pelo celular, entre outras atividades, diz a FenSeg.

Da mesma maneira, recomenda que nunca se deve esperar pessoas dentro do carro, muito menos com o motor ligado.

Segundo a entidade, escolas e academias, entre outros locais, são bastante visados pelos assaltantes.

Outros mandamentos indicam cuidado ao entrar e sair do veículo em estacionamentos de shoppings e supermercados e, ainda, que ao sair de grandes estacionamentos, o usuário verifique se os trincos das portas estão travados.

Recuperação

No bairro do Méier, zona norte da capital fluminense, a Operação Méier Presente conseguiu recuperar 58 veículos roubados ou furtados em 17 meses de atuação na área da segurança, de acordo com números divulgados hoje (5) pelo governo do estado, que desenvolve o projeto em parceria com a Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ).

A Operação Méier Presente efetuou na região mais de 860 prisões em flagrante e cumpriu 57 mandados de prisão, sendo 21 por roubo e 17 por furto.

O capitão Rafael Andrade, coordenador do Méier Presente, disse que os moradores do bairro estão relatando uma circulação de veículos mais tranquila pelas ruas.

"Desde a nossa chegada, esse tipo de crime vem sendo reduzido na região. Estamos diariamente atuando de forma qualificada e os números provam isso", afirmou.

O policiamento na área é feito a pé, de bicicleta e de moto, em trios formados por policiais militares e agentes civis, que filmam todas as abordagens para assegurar a transparência e dar legitimidade à operação.

As equipes também são monitoradas por GPS, informou a assessoria do governo fluminense.

 

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