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Acusada de pagar propina, Rodrimar faz pedido de recuperação judicial

Com o pedido, a empresa segue o caminho do grupo Libra Terminais Portuários, que também foi investigado no caso do Decreto dos Porto

ANTONIO CELSO GRECCO: dono da Rodrimar é escoltado pela Polícia Federal para prestar depoimento  em março de 2018 (Leonardo Benassatto/Reuters)

ANTONIO CELSO GRECCO: dono da Rodrimar é escoltado pela Polícia Federal para prestar depoimento em março de 2018 (Leonardo Benassatto/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de junho de 2019 às 09h11.

Última atualização em 7 de junho de 2019 às 09h14.

São Paulo — Uma das empresas envolvidas no escândalo que acusa o ex-presidente Michel Temer de receber vantagens em troca do Decreto dos Portos, a Rodrimar apresentou na quarta-feira, 5, pedido de recuperação judicial. A companhia, que opera no Porto de Santos, afirma que o pedido foi necessário devido à retração da economia nos últimos cinco anos, da crise do setor portuário e das dificuldades de negociação com os credores.

"Esta medida foi imprescindível para as empresas honrarem seus compromissos com fornecedores, funcionários, parceiros, clientes e credores, com o menor impacto possível", disse a companhia em nota.

A Rodrimar detém o arrendamento do Terminal Portuário de Contêineres do Saboó, com capacidade de movimentação de 230 mil contêineres por ano. Nos últimos tempos, no entanto, com o aumento da concorrência no Porto de Santos, a empresa perdeu participação. Com o envolvimento no escândalo do Decreto dos Portos, a empresa foi ainda mais afetada e perdeu clientes.

No ano passado, o presidente da Rodrimar, Antônio Celso Grecco, foi preso pela Polícia Federal, na Operação Skala, que investiga corrupção no complexo santista. A acusação é que a empresa teria pago propina para ser beneficiada no Decreto dos Portos, editada por Michel Temer em 2017 - o ex-presidente nega. A suspeita recai na alteração do artigo 19, que ampliou de 25 para 35 anos os prazos dos contratos de concessões e arrendamentos e permitiu que eles possam ser prorrogados até o limite de 70 anos, o que beneficiaria a Rodrimar.

"A concessão da recuperação judicial é o início de uma nova etapa, pois ela fornece as garantias e a segurança necessárias para uma negociação ampla e definitiva de todas as pendências com seus credores", acrescenta a empresa.

Com o pedido de recuperação, a Rodrimar segue o caminho do grupo Libra Terminais Portuários, que também foi investigado no caso do Decreto dos Portos. O terminal, que chegou a ser o segundo maior do Porto de Santos na movimentação de contêineres, pediu recuperação em meados do ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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