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Rocha Loures se informou sobre delação premiada, diz fonte

Rocha Loures, ex-assessor especial de Temer que está sendo investigado por ter negociado propinas de 15 milhões de reais com executivos do grupo J&F

Rocha Loures: na semana passada, José Luís de Oliveira Lima, seu então advogado, procurou a PGR (Youtube/Reprodução)

Rocha Loures: na semana passada, José Luís de Oliveira Lima, seu então advogado, procurou a PGR (Youtube/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 30 de maio de 2017 às 22h32.

Brasília - O suplente de deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) chegou a procurar a Procuradoria-Geral da República para se informar sobre delação premiada, mas em seguida mudou sua defesa e contratou o advogado Cezar Roberto Bitencourt, contrário ao instrumento, em um movimento que está sendo visto como um recado ao Palácio do Planalto, disse à Reuters uma fonte que acompanha o assunto.

Rocha Loures, ex-assessor especial de Temer que está sendo investigado por ter negociado propinas de 15 milhões de reais com executivos do grupo J&F, controlador da JBS, foi filmado pela Polícia Federal recebendo uma mala com 500 mil reais.

Na semana passada, José Luís de Oliveira Lima, seu então advogado, procurou a PGR em nome de seu cliente para pedir informações sobre uma possível delação premiada. A informação preocupou o Planalto.

Essa semana, no entanto, Loures descartou Lima e contratou Bitencourt, conhecido por ser contrário às delações premiadas.

Em Bitencourt reafirmou sua posição, mas não descartou completamente uma negociação. Ainda assim, o sinal que Loures deu ao trocar de advogado é que não iria adiante com uma delação, avaliou a fonte.

Logo depois da divulgação da delação da JBS, o Planalto escalou aliados para vender a ideia de que tudo que Loures fizera teria sido por iniciativa própria.

"Ele cometeu um erro, se deixou levar pelos caras da JBS e agora vai ter que se explicar", disse à Reuters um parlamentar com trânsito no Planalto.

O próprio Temer chegou a dizer que tinha apenas uma "relação institucional" com Loures, apesar do ex-deputado ter sido seu assessor ainda quando era vice-presidente e depois seu chefe de gabinete, além de tê-lo acompanhado quando assumiu o Planalto.

Nos últimos dias, o movimento diminuiu e, apesar de ter demitido Osmar Serraglio para nomear Torquato Jardim para o Ministério da Justiça, de olho no trânsito do novo ministro no Tribunal Superior Eleitoral, o Planalto ainda tentou garantir que Loures mantivesse o foro privilegiado.

Analisou-se a possibilidade de nomear outro peemedebista do Paraná para um ministério e manter Loures como deputado, mas a ideia não avançou.

No entanto, a manutenção da ligação entre os inquéritos de Loures e Temer, mesmo que ruim para o presidente, permite que o ex-deputado não tenha seu processo remetido para a primeira instância.

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