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RJ, Rio Grande do Sul e Amazonas são os estados com mais roubos a bancos

Roubo a um banco nesta madrugada paralisou o centro de Criciúma. Crime é um dos menos comuns no Brasil e ocorrências caíram durante a pandemia

Dinheiro espalhado pelo chão após assalto em Criciúma: Santa Catarina teve cinco roubos a banco nesse primeiro semestre de 2020 e 16 no ano passado (CAIO MARCELLO/AGIF/Estadão Conteúdo)

Dinheiro espalhado pelo chão após assalto em Criciúma: Santa Catarina teve cinco roubos a banco nesse primeiro semestre de 2020 e 16 no ano passado (CAIO MARCELLO/AGIF/Estadão Conteúdo)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2020 às 15h24.

Última atualização em 1 de dezembro de 2020 às 16h08.

O centro de Criciúma, no sul de Santa Catarina, viveu uma madrugada agitada nesta terça-feira após uma quadrilha de criminosos assaltar uma agência do Banco do Brasil. Armados de explosivos e armas, o grupo provocou incêndios e bloqueou ruas e acessos à cidade.

Apesar da dimensão que ganhou a repercussão do caso -- com matéria no jornal americano The New York Times e usuários nas redes sociais comparando as cinematográficas cenas de dinheiro espalhado pelo chão à série espanhola La Casa de Papel --, o crime de roubo a instituição financeira é um dos menos comuns dentre as ocorrências no Brasil.

Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, organizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública com base em registros como boletins de ocorrência nos estados.

No primeiro semestre de 2020, último período com dados disponíveis, o Brasil teve cerca de 194 registros de roubos a instituições financeiras, uma queda de 21% em relação ao ano passado.

É uma fatia de menos de 0,004% do total de roubos no Brasil no período, de pouco mais de 515.000 ocorrências, incluindo roubo de carga, de veículos, roubo a estabelecimento comercial ou de pessoas.

Os organizadores do anuário escrevem que "é possível que a maior variação negativa em 2020 para o total de registros de roubos possa ter relação com as medidas de distanciamento social e fechamento de empresas e estabelecimentos comerciais", mas lembram que o número de roubos a instituições financeiras, por exemplo, já vinha em uma tendência de queda nos últimos anos. Entre 2018 e 2019, a queda foi de mais de 40%.

Ao longo de todo o ano de 2019, o último com dados anuais completos, foram 433 roubos de instituições financeiras (ante 828 em 2018), de um total de mais de 1,3 milhão de roubos diversos.

O caso mais comum de roubos analisados pelo anuário são os chamados "roubos a transeuntes" (mais de 603.000 casos em 2019), roubo de veículos (mais de 408.000 casos) e roubo a estabelecimento comercial (quase 50.000 ocorrências). 

Dentre os casos de roubo a banco, Rio de Janeiro (68 roubos em 2019), Amazonas (56) e Rio Grande do Sul (52) foram os estados com mais ocorrências de roubos a instituição financeira nos dados de 2019 (veja o estudo completo).

A depender do estado, os dados incluem roubo a caixa eletrônico ou carro forte, de modo que os números não são necessariamente comparáveis entre si, embora sejam usados para dar uma dimensão de determinado tipo de crime nos locais.

Os estados com maior taxa de roubo proporcionalmente ao número de instituições financeiras são novamente Amazonas (5,9 roubos a cada 100 bancos), Amapá (3,2), Acre (2,4) e novamente Rio de Janeiro (1,3). Neste primeiro semestre de 2020, Amazonas e Rio de Janeiro seguem dentre os estados com mais casos.

Santa Catarina, palco do assalto em Criciúma, não está entre as líderes em roubos absolutos (foram 16 roubos em 2019, nono estado com mais ocorrências) e tem uma das menores taxas por instituição, de 0,5 roubos a cada 100 instituições. É um número similar ao de São Paulo (21 roubos em 2019 e taxa de 0,3 por 100 instituições) e Paraná (17 roubos e taxa de 0,5).

Entre os estados com menos ocorrências de roubo, menos de cinco casos em 2019, estão Goiás, Alagoas, Mato Grosso, Paraíba, Distrito Federal, Tocantins e Sergipe.

 

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