Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro (Ricardo Moraes/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de julho de 2019 às 07h14.
Última atualização em 23 de julho de 2019 às 10h55.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, apresentou apenas dados positivos da segurança pública do Estado na tarde desta segunda-feira, 21, quando fez um balanço da área nos primeiros meses de governo.
Cercado por secretários de pastas diversas, ele citou somente um tipo de crime cuja incidência subiu no período: as mortes por intervenção de agentes policiais, que aumentaram 14% em comparação com o início do ano passado. No entanto, o governador deu a entender que os números são consequência do combate ao crime.
"Em qualquer lugar do mundo, quem está de fuzil é abatido", disse. "Não se combate terrorismo com flores. Se combate com investigação, armas do mesmo calibre e um processo rigoroso. Se não se entregarem, serão mortos. O recado está dado: não enfrentem a polícia."
De janeiro a junho deste ano, 881 pessoas morreram após intervenção policial no Rio, ante 769 no mesmo período de 2018, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP).
Os números positivos mencionados pelo governador e pelos secretários de Polícia Civil e Polícia Militar incluem a queda no roubo de cargas (21% em comparação com o início de 2018), roubo de veículos (24%) e latrocínios (34%).
Os homicídios dolosos também têm dados melhores do que os do ano anterior: a diminuição foi de 23%. Outros dados, porém, foram omitidos pela apresentação institucional e questionados pela imprensa, como o número de assaltos em ônibus, que subiu 14% no período.
A entrevista coletiva concedida pelo governador no Palácio Guanabara, sede do Executivo estadual. contou com cinco secretários ao lado de Witzel e outros na plateia.
O clima era de celebração: o governador enalteceu um a um os convidados, cujas áreas de atuação iam do Turismo à Ciência e Tecnologia. Segundo ele, a atual administração encontrou um Estado falido e está fazendo "muito com muito pouco".
Surpresa nas eleições do ano passado, quando derrotou o ex-prefeito Eduardo Paes no segundo turno, Witzel tem tentado se projetar ainda mais politicamente. Já admitiu, em entrevista ao jornal O Globo, que cogita se candidatar à Presidência em 2022. "Se Bolsonaro não for candidato, estou disposto a dar continuidade a um programa de crescimento para o nosso País", disse.
Além dos dados sobre o início do governo, a gestão também citou medidas que serão adotadas no futuro próximo. Entre elas está a criação de mais nove unidades de patrulhamento ostensivo nos bairros, conhecidas pela alcunha de Segurança Presente.
As novas localidades são Botafogo e Laranjeiras, na zona sul; Vila Isabel e Grajaú (com equipe conjunta), na zona norte; Barra da Tijuca e Bangu, na zona oeste; e Duque de Caxias e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, sendo esta última com três unidades distintas.