Mobilidade urbana: moradores do Grande Rio lideram tempo de deslocamento no transporte público do Brasil (Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 28 de janeiro de 2025 às 07h22.
Um estudo do aplicativo de mobilidade Moovit, realizado em 50 regiões metropolitanas de 17 países, revela que 11% dos usuários de transporte público do Grande Rio gastam duas horas ou mais em cada trajeto entre suas casas e seus destinos, incluindo o trabalho. No total, ida e volta podem somar mais de quatro horas diárias.
Esse percentual coloca o Rio de Janeiro como a pior região metropolitana do Brasil e a oitava no ranking global do levantamento. Outras cidades brasileiras avaliadas incluem Belo Horizonte, Brasília, Campinas (SP), Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo.
IPVA 2025: vence hoje a parcela para placa com final 5 no RJ; veja como pagarQuando o critério analisado é o tempo médio de deslocamento, o Grande Rio segue na liderança no Brasil, com 58 minutos por sentido. Em contrapartida, Porto Alegre se destaca com as viagens mais rápidas, com 48 minutos em média.
O cálculo do tempo considera três fatores principais: o deslocamento até os pontos de embarque, o tempo de espera pela condução e a duração da viagem. No entanto, o cenário pior é o da Cidade do México, onde 17% dos usuários perdem mais de quatro horas por dia em transporte.
Para o engenheiro de transportes Licínio Machado Rogério, do Fórum de Mobilidade Urbana do Rio, a situação carioca reflete "a falta de planejamento urbano e de transporte integrado". Ele destaca que "muitos dependentes do transporte público são obrigados a morar longe dos centros por falta de opções e infraestrutura adequada".
De acordo com o estudo, os moradores do Grande Rio enfrentam em média 16 minutos de espera pelo transporte público. Apesar de ser um dado alarmante, a Região Metropolitana do Recife tem a pior situação nesse quesito entre as cidades brasileiras avaliadas, com 20 minutos de espera.
Outro fator que contribui para o longo tempo de deslocamento no Rio é a necessidade de múltiplas baldeações: metade dos usuários precisa realizar duas ou mais conexões para chegar ao destino. Isso representa a maior taxa entre as 50 regiões metropolitanas analisadas. Em comparação, Porto Alegre tem o menor índice no Brasil, com 55% dos passageiros utilizando apenas um modal para se deslocar.
Na Região Metropolitana do Rio, 58% dos entrevistados apontam como principais demandas a maior oferta de transportes e intervalos mais confiáveis entre as viagens. Esses desafios se tornaram ainda mais evidentes com o recente anúncio de reajustes nas tarifas, intensificando a insatisfação dos usuários.