Viatura da Polícia Militar do Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/ABr/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 09h02.
São Paulo - O novo comando da Segurança do Rio terá de lidar com policiais e agentes penitenciários insatisfeitos. A principal demanda é pela regularização de salários e gratificações - as categorias ainda não receberam o 13.º salário de 2017.
No caso dos presídios, um motim no domingo, 18 - o primeiro registrado em dez anos - e a afirmação dos servidores de que "não serão subservientes" à intervenção tornam o cenário mais tenso.
Há ainda um déficit de funcionários na PM e no sistema penitenciário - faltam 2 mil PMs, segundo a Polícia Militar, e 2,5 mil agentes penitenciários, de acordo com a categoria - a secretaria não revela números.
Além do 13.º, os policiais se ressentem do atraso no pagamento dos serviços extras e dos benefícios do programa de metas.
Também criticam o fato de o governo do Estado ter depositado o 13.º de 2016 com um ano de atraso sem que houvesse correção monetária e, ainda, se ressentem das más condições de trabalho de quem atua diretamente no combate à violência. Veículos de patrulhamento, coletes à prova de balas e armas estão sucateadas, afirmam.
Como nas polícias, no sistema penitenciário, que conta com 51 presídios e tem 4.600 agentes para vigiar 51 mil presos, os servidores dizem se sentir tratados com descaso.
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, afirmou nesta segunda-feira, 19, que a intervenção federal na segurança do Estado não implica o repasse de novos recursos para a área. O sucateamento da Polícia Militar e da Polícia Civil - que por causa da crise ficaram sem armas, carros, combustível e até papel - será resolvido pelo próprio governo e não pelo interventor.
"Não vai entrar dinheiro nenhum para frota, para combustível, isso tudo estamos vencendo agora", disse. "Mas a minha prioridade era pagar os salários dos policiais em dia. Acabamos de dar um aumento para todos eles. Agora vamos renovar a frota."
O Diário Oficial do Estado publicou nesta segunda a exoneração do delegado federal Roberto Sá, ex-secretário de Segurança, que pediu demissão na sexta-feira, dia 16. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.