Febre amarela: de janeiro até a última segunda-feira (27), cerca de 3,1 milhões de doses de vacina contra febre amarela foram distribuídas em todo o estado (Douglas Engle/Bloomberg)
Agência Brasil
Publicado em 28 de março de 2017 às 18h12.
A Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (SES) informou que serão necessárias entre 8 e 9 milhões de novas doses da vacina contra a febre amarela para atender toda a população do estado até o fim do ano, respeitando as contraindicações.
O fornecimento dessas doses vem sendo discutido em reuniões técnicas com entre a SES e o Ministério da Saúde, observando o cronograma de produção dos insumos pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Maior fabricante de vacinas do país, a instituição já opera com sua capacidade máxima e está produzindo cerca de 9 milhões de doses por mês, que são distribuídas para todo o Brasil.
De janeiro até a última segunda-feira (27), cerca de 3,1 milhões de doses de vacina contra febre amarela foram distribuídas em todo o estado.
A estimativa é que cerca de 80% das doses distribuídas foram utilizadas pelas secretarias municipais de Saúde.
Segundo a pasta, a distribuição segue critérios técnicos, como população elegível de cada município, localização geográfica e cenário epidemiológico, como a proximidade com Minas Gerais e Espírito Santo, onde há surto da doença.
"Os municípios são responsáveis por organizarem suas estruturas para imunização de seus habitantes, observando as contraindicações e, principalmente, priorizando a vacinação das pessoas que vivem nas áreas rurais e próximas às matas. Isso porque a forma da doença que estamos observando está sendo transmitida pelo vetor silvestre [os mosquitos Sabethes e o Haemagogus]", disse o secretário estadual de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Jr.
A definição quanto ao início, período de duração e encerramento das campanhas é uma atribuição dos municípios e deve seguir as particularidades da estrutura de saúde de cada cidade.
Foram encontrados cinco macacos da espécie barbudos mortos na mata do município de Laje do Muriaé, noroeste do estado.
Os corpos estão sendo analisados pelas autoridades para identificar se há ou não presença do vírus da febre amarela.
De acordo com o secretário municipal do Meio Ambiente, Paulo Sérgio Terra, o resultado pode demorar cerca de 20 dias.
"A comunidade está apavorada, porque a mata aqui é muito extensa e foi em um pequeno raio de espaço em que achei esses macacos, acredito que deva haver muito mais", disse Terra.
"Alguns macacos pareciam estar motos há mais de um mês, outros há alguns dias", informou o secretário, que estima que que cerca de 80% da população já tenha sido vacinada.
A Secretaria Estadual de Saúde confirma até o momento seis casos da doença, com uma morte, em Casimiro de Abreu, na baixada litorânea, e um caso em São Fidelis, noroeste fluminense.
Casimiro de Abreu recebeu ontem mais mil doses da vacina por parte da SES, depois de ficar sem estoque.
A secretaria de Saúde da cidade informou que cerca de 43.370 pessoas foram vacinadas, mas que muitos moradores de cidades próximas também foram imunizados.
O secretário de Saúde de Casimiro de Abreu, Ibson Júnior, está fazendo levantamento nos postos de saúde para ter uma estimativa de quantos dos mais de 45 mil habitantes foram vacinados e quantas novas doses será preciso pedir ao governo do estado.
Espírito Santo e Minas Gerais A região metropolitana de Vitória registrou hoje a primeira morte ocasionada por febre amarela.
No Espírito Santo, 37 pessoas morreram em decorrência da doença.
Em Minas Gerais, foram registrados cerca de 400 casos confirmados de pessoas infectadas pelo vírus, sendo que 120 morreram.