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Rio pode pedir ajuda a Temer para combater crime

diante da crise financeira no estado, o governo não dispõe de recursos necessários para o aumento do efetivo policial

Rio de Janeiro: a situação é considerada crítica no Complexo do Alemão (Rômulo Vidal/PMERJ/Divulgação)

Rio de Janeiro: a situação é considerada crítica no Complexo do Alemão (Rômulo Vidal/PMERJ/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de abril de 2017 às 14h44.

Rio - Em mais um dia de tiroteios entre a Polícia Militar e traficantes de drogas em favelas do Rio de Janeiro, com pelo menos dois mortos, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) admitiu nesta quinta-feira, 27, a possibilidade de pedir ajuda ao governo federal para enfrentar a criminalidade.

O peemedebista explicou que, diante da crise financeira, não dispõe de recursos necessários para o aumento do efetivo policial.

"Não vou transferir a responsabilidade para ninguém. Se tiver de pedir ajuda, vou pedir, assim como pedi ao presidente Michel Temer, na terça-feira, reforço da Polícia Rodoviária Federal (para coibir a entrada de armas e drogas por estradas)", afirmou Pezão, em entrevista à Rádio CBN.

"Um dos acertos era que a gente, mesmo que faça a recuperação fiscal, não deixe de admitir, principalmente (novos) policiais e professores."

A situação é considerada crítica no Complexo do Alemão, onde moradores protestaram na quarta-feira, 26, contra as mortes e pediram o fim da UPP. Durante a manifestação, Felipe Farias, de 16 anos, foi morto com um tiro na nuca.

Mas outras comunidades pobres da zona norte também vivem dias violentos. Tiroteios nos últimos dois dias na Nova Holanda (no Complexo da Maré), no Jacarezinho e no Turano resultaram em três mortes - uma em cada favela.

Segundo a PM, as vítimas eram traficantes. Mas vizinhos do moto-taxista Brendo Silva, de 21 anos, morador do Jacarezinho, disseram que ele não tinha envolvimento com o crime.

O clima de medo e confronto ontem desceu para o asfalto na Tijuca e no Rio Comprido, bairros tradicionais da classe média carioca. Ontem, em represália à morte, pela PM, de Gilson Galante, o Baixinho, um dos chefes do tráfico no Morro do Turano, criminosos ordenaram o fechamento do comércio em vias importantes, como a Conde de Bonfim e a Haddock Lobo.

Lojas, supermercados e padarias foram "orientadas" a baixar as portas desde manhã. Comerciantes contaram que as ameaças foram bem claras: "Quem não fechar vai morrer!", diziam os jovens, que chegavam em motos.

Algumas lojas colocaram avisos nas fachadas anunciando que estavam fechadas "por motivos de segurança".

Na Maré, foi realizada ontem de manhã uma operação da PM em conjunto com o Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.

O objetivo era desarticular uma suposta quadrilha de traficantes com ramificações em Guapimirim, na região serrana.

Dez pessoas foram presas nas favelas e também em outros municípios. Um homem que estava na estação ferroviária próxima do Jacarezinho morreu, após ser atingido, segundo a PM, em uma troca de tiros.

A circulação de trens do ramal de Belford Roxo chegou a ser interrompida.

A quadrilha investigada pelo Gaeco levava armas e drogas das comunidades cariocas para Guapimirim, onde foi descoberto um disque-droga com entregas feitas por mototaxistas.

Na Nova Holanda, na quarta, a médica Klayne Souza, de 28 anos, foi baleada ao entrar por engano com seu carro, guiada por um aplicativo de celular.

Apoio

O coordenador de inteligência da PM, coronel Antonio Goulart, pediu apoio da sociedade aos policiais. "O que essa gente quer? Que a PM não entre mais em comunidades, onde há 30, 50 homens armados de fuzis, com crianças indo à escola e vendo isso, com os moradores subjugados, que nada podem fazer?"As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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