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Rio Madeira sobe ainda mais e encobre 50% de Humaitá

Em Porto Velho (RO), que também está alagada, o nível do rio estava a 19,66 metros


	Cheia no Acre provocada pelo Rio Madeira: cheia do rio é a maior em mais de cem anos
 (Divulgação Secom Acre/Sergio Vale/Agência Brasil)

Cheia no Acre provocada pelo Rio Madeira: cheia do rio é a maior em mais de cem anos (Divulgação Secom Acre/Sergio Vale/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2014 às 18h55.

Sorocaba - O Rio Madeira atingiu nesta sexta-feira, 28, a cota de 25,35 metros, a maior em mais de cem anos, e já encobriu quase 50% da área urbana de Humaitá, no sul do Amazonas, a 600 km de Manaus. É a cota mais alta do rio ao longo em todo o percurso amazônico. Em Porto Velho (RO), que também está alagada, o nível do rio estava a 19,66 metros. Humaitá tem 46 mil habitantes e contabiliza mais de 20 mil desabrigados.

Nove dos 13 bairros estão tomados pela água e a população sofre com a falta de combustível - pelo menos dois postos estão submersos -, alimentos e apagões de energia elétrica. As escolas que não estão alagadas foram transformadas em abrigo para os flagelados, e, por isso, o ano letivo ainda não começou.

A maior parte do comércio está paralisada e os barcos se transformaram no único meio de locomoção. Com as rodovias de acesso tomadas pela água, a cidade está ilhada. "Estamos em estado de calamidade desde fevereiro, mas as águas continuam subindo", disse o advogado Carlos Terrinha.

Seu escritório, na região central, está com um metro e meio de água. Ele responsabiliza as barragens de Jirau e Santo Antonio, no Rio Madeira, pela que considera a maior cheia da história. "O governo distribui cestas básicas, mas isso não resolve. O prejuízo é imenso."

Na cidade, multiplicam-se os casos de doenças transmitidas pela água. Os poços artesianos foram encobertos e contaminados. O Hospital Regional está superlotado com 600 pacientes acometidos de virose, febre e diarreia, além de 60 casos de dengue e pelo menos um já confirmado de leptospirose.

A Marinha enviou um navio-hospital para atender a população ribeirinha. Segundo o prefeito José Sidenei Lobo (PMDB), comunidades rurais estão completamente isoladas e sem combustível para chegar de barco à cidade. Balsas usadas em garimpos foram transformadas em abrigos para pessoas doentes.

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