Hospital: segundo a versão oficial, Jiménez e outros turistas circulavam em um veículo quando "romperam o bloqueio policial" (Ricardo Moraes/Reuters)
EFE
Publicado em 23 de outubro de 2017 às 16h37.
Rio de Janeiro - A Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro está acompanhando a investigação que está sendo feita pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar sobre a atuação dos agentes relacionados com a morte da turista espanhola que foi atingida por um disparo no pescoço nesta segunda-feira, durante uma blitz na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, segundo fontes oficiais.
A PM "já identificou a autoria (do disparo) e está adotando procedimentos preliminares de investigação sobre os agentes envolvidos no caso da turista na Rocinha", assinalou a corporação em um comunicado.
"As armas foram recolhidas para perícia no centro de criminalística da Polícia Militar do Rio de Janeiro e o Ministério Público foi notificado das medidas em curso", acrescentou a PM na nota.
Fabio Cardoso, titular da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, explicou que está sendo investigada a atuação de três dos efetivos da PM que participavam da blitz que supostamente deram uma ordem de parada ao veículo no qual a turista espanhola viajava.
Cardoso também indicou que a vítima, que foi identificada como María Esperanza Jiménez Ruiz, de 67 anos, recebeu pelo menos um disparo no pescoço, que acabou resultando em sua morte.
Segundo a versão oficial, Jiménez e outros turistas circulavam em um veículo Fiat na manhã de segunda-feira quando "romperam o bloqueio policial" situado no Largo do Boiadeiro, uma área tradicional de comércio na Rocinha.
A polícia disparou contra um veículo e, "durante a abordagem, verificou que se tratava de um veículo para o transporte de turistas".
A espanhola ficou ferida e chegou a ser levada para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Zona Sul do Rio, mas não resistiu.
A vítima estava de férias no Rio de Janeiro com seu irmão, José Luis Jiménez, e sua cunhada, que estão prestando depoimento às autoridades.
Fontes diplomáticas espanholas evitaram dar detalhes sobre o incidente e assinalaram que estão prestando assistência consular aos familiares da vítima.
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, pediu hoje a volta do exército e da Polícia Federal à Rocinha, onde uma guerra vem sendo travada entre grupos rivais de traficantes há mais de um mês.