Chuvas no RS: mais de 330 municípios foram afetafos pelas fortes chuas (Florian PLAUCHEUR/AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 7 de maio de 2024 às 07h06.
Última atualização em 7 de maio de 2024 às 17h10.
As chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul (RS) nos últimos dias chegam ao sul do estado gaúcho nesta terça-feira, 7. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de "Grande Perigo" para o extremo sudeste do estado, que pode ocasionar chuva de granizo, além dos ventos fortes, que podem ultrapassar os 100km/h. Já na região Sudeste e Centro-Oeste, o instituto mantém o alerta de "Grande Perigo" para a onda de calor até quinta-feira, 9.
Na quarta-feira, 8, a formação de um ciclone extratropical que, de forma rápida, se deslocará para o oceano, vai estender uma frente fria, que cruza o Rio Grande do Sul e traz a instabilidade às demais áreas do estado. No RS, a previsão indica queda acentuada de temperaturas máximas com prováveis rajadas de vento acima dos 80 km/h e chuva entre 20 a 50 milímetros em diversas partes do estado.
"A partir de quarta-feira tem o desenvolvimento de uma frente e já volta a chover em Porto Alegre, principalmente. Os volumes não vão ser tão elevados quanto os desses últimos dias, mas ali, qualquer chuva a gente sabe que é perigoso", destaca Andrea Ramos, meteorologista do Inmet.
As fortes chuvas no Rio Grande do Sul já deixaram 85 mortos confirmados, 134 desaparecidos até a segunda-feira, 6. São 339 feridos, 47.676 levados para abrigos e 153.824 moradores desalojados por conta das enchentes e deslizamentos. Os temporais, que começaram em 27 de abril, ganharam força no dia 29 e já afetaram mais de 850 mil pessoas em território gaúcho, de acordo com o último boletim da Defesa Civil.
A região Sudeste, que enfrenta uma intensa onda de calor desde última semana, segue com as altas temperaturas. O Inmet emitiu um alerta de "Grande Perigo" para o Rio de Janeiro, parte de São Paulo, sul do Espírito Santo e Minas Gerais, norte do Paraná, todo o estado do Mato Grosso do Sul, sul de Goiás e Mato Grosso.
A previsão é de tempo quente e seco, exceto em áreas do nordeste de Minas Gerais e norte do Espírito Santo, onde deve ocorrer chuvas rápidas e passageiras. Já em Itapetininga, litoral sul paulista, região metropolitana de São Paulo, Vale do Paraíba paulista, o alerta de onda de calor é de "Perigo Potencial".
Ramos explica que essa onda de calor também está relacionada com as chuvas intensas na região Sul. De acordo com a explicação da especialista, as altas temperaturas acontecem por conta de um bloqueio atmosférico, que se dá por conta do anticiclone.
"Esse anticiclone em altos níveis que proporciona esse bloqueio impede que sistemas como frentes, que geralmente fazem uma incursão, não entrem. Ou seja, ficam sendo confinados nessa área e as frentes não entram, depois vão para o oceano e na medida que vão para o oceano, provocam instabilidade", explica a meteorologista.
A presença da Zona de Convergência Intertropical pode provocar chuvas na faixa norte da região Nordeste. O instituto emitiu um alerta de "Perigo" para acumulado de chuvas na região metropolitana de Recife, mata pernambucana, nordeste baiano, leste, agreste e sertão sergipano e leste e agreste alagoano. Há risco de alagamentos, deslizamentos de encostas, transbordamentos de rios, em cidades com tais áreas de risco. Já no interior da região, a previsão é de tempo quente e sem chuva.
Para o Norte do país, o Inmet emitiu um alerta de "Perigo" de chuvas intensas para o Amapá, Roraima, norte do Amazonas e do Pará. A persistência da Zona de Convergência Intertropical irá provocar pancadas de chuvas entre 50 e 100 milímetros por dia, que podem vir acompanhadas de raios, rajadas de vento e trovoadas. Nas demais áreas, não se descartam pancadas de chuvas isoladas com menores acumulados. Também há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.