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Rio Grande do Norte também registra aumento de microcefalia

Informações prestadas pela Secretaria de Saúde para o Instituto de Medicina Tropical relatam 22 casos, a maioria a partir do mês de agosto


	Recém-nascido: cerca de 80% das mães relataram ter apresentado, nos primeiros meses de gestação, manchas, febres e coceiras
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Recém-nascido: cerca de 80% das mães relataram ter apresentado, nos primeiros meses de gestação, manchas, febres e coceiras (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2015 às 16h59.

Recife - Além de Pernambuco, o aumento súbito de casos de bebês com microcefalia foi registrado no Rio Grande do Norte.

Informações prestadas pela Secretaria de Saúde para o Instituto de Medicina Tropical relatam 22 casos, a maioria a partir do mês de agosto. O indicador é 11 vezes maior que o registrado em 2012.

Os nascimentos aconteceram em Natal, Mossoró, Macaíba e Currais Novos. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte está organizando uma rede de referência para assistência a esses bebês.

"Eles necessitam de uma atenção especializada. São pouquíssimos os profissionais com treinamento no momento para cuidar dessas crianças", afirmou o professor do Instituto de Medicina Tropical do Rio Grande do Norte, Kleber Luz.

De acordo com ele, testes feitos até agora nos bebês e nas mães não identificaram a ocorrência de infecções que geralmente levam a esse tipo de malformação: toxoplasmose, citomegalovírus, herpes e sífilis.

Cerca de 80% das mães relataram ter apresentado, nos primeiros meses de gestação, manchas, febres e coceiras - sintomas associados à doença zika, cujo vírus é transmitido pelo mesmo mosquito da dengue, o Aedes aegypti.

"Estamos avaliando todas as hipóteses. Vamos repetir exames e continuar buscando respostas", disse.

Luz informou que há quatro anos o Estado teve um surto de toxoplasmose, mas que não foi seguido do aumento de casos de microcefalia.

A má-formação, que pode levar a criança ao retardo mental, convulsões, problemas de audição, visão e motor, é considerada um evento raro na pediatria. No Rio Grande do Norte, foram registrados dois casos em 2012 e dois em 2013. Em 2014, não houve nascimento de crianças com problema.

"Dos 22 registrados até agora, a maioria ocorreu depois de agosto. É um crescimento muito expressivo." O professor relata que até o momento foi registrado uma morte de bebê, ocorrida logo após o nascimento.

O aumento de número de casos de microcefalia no Rio Grande do Norte vem sendo investigado por pesquisadores há pelo menos um mês.

Até esta quarta-feira, 11, no entanto, não haviam sido fornecidos números oficiais sobre as ocorrências. A exemplo de Pernambuco, Rio Grande do Norte enfrentou no início do ano uma epidemia de zika.

A doença, confirmada no Brasil este ano, provoca nos adultos reações consideradas leves: coceira, vermelhidão e febre baixa. Por se tratar de uma doença nova, não há um exame de diagnóstico específico.

Nesta quarta, diante do aumento do número de casos registrado em Pernambuco, o Ministério da Saúde decretou emergência sanitária nacional.

O diretor-geral de controle de doenças e agravos de Pernambuco, George Dimech, afirmou que a secretaria já foi procurada nesta semana por secretarias dos Estados do Piauí, Paraíba e Maranhão, em busca de informações sobre o protocolo lançado pelo Estado para diagnóstico da microcefalia.

No fim da manhã desta quinta-feira, 12, a secretária executiva de Vigilância em Saúde de Pernambuco, Luciana Albuquerque, disse que o Ministério da Saúde estuda enviar um reforço de a profissionais para o Estado, para auxiliar na investigação. Estão em Pernambuco no momento dois técnicos do ministério.

A Secretaria de Saúde do Maranhão, por meio de assessoria de imprensa, informou que casos suspeitos estão em investigação, mas não há confirmação de que são de fato crianças com microcefalia.

Oficialmente, o Estado contabiliza um caso da doença este ano, número abaixo do que o registrado em 2012, quando quatro casos foram confirmados.

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