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Rio dará liberdade a menores infratores em unidades superlotadas

Os adolescentes que cometeram crimes de menor gravidade só serão liberado depois que um responsável comparecer, comprovando ter amparo familiar

Liberdade: a estimativa é que até 400 menores ganhem liberdade por estarem em unidades com superlotação (Tânia Rego/Agência Brasil)

Liberdade: a estimativa é que até 400 menores ganhem liberdade por estarem em unidades com superlotação (Tânia Rego/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de junho de 2019 às 17h40.

Rio de Janeiro — Devido à superlotação de unidades socioeducativas, o Estado do Rio de Janeiro dará liberdade a partir desta semana a menores infratores que tenham sido apreendidos por crimes considerados de menor gravidade. A liberação atende à decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, que determinou a transferência dos menores que estejam internados em unidades superlotadas na Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro.

A decisão, proferida pelo ministro no mês passado, previa que as unidades não poderiam exceder 119% de sua capacidade de lotação. Os menores internados nesses locais devem ser transferidos para outros com mais vagas ou, na ausência deles, cumprir medidas disciplinares em casa.

 

Segundo o Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), órgão do governo do Rio responsável pela execução das medidas socioeducativas, "não é possível prever quantos jovens e quando eles serão liberados", uma vez que "o órgão é apenas o executor das medidas socioeducativas aplicadas pelo Poder Judiciário". Estima-se, contudo, que o número possa chegar a 400 menores.

Quem poderá ser liberado

A liberação, segundo o Degase, não é automática. Segundo o órgão, os adolescentes só serão liberados a partir de autorização do Poder Judiciário, que analisará cada caso.

Em entrevista à Rede Globo, a juíza Lúcia Glioche, titular da Vara de Execução de Medidas Socioeducativas, informou que os menores infratores terão de seguir alguns critérios para serem liberados.

"A unidade vai entrar em contato com a família dos adolescentes, e ele só será liberado depois que um responsável comparecer. O critério usado observa quem tem amparo familiar. Se o adolescente não contar com isso, é impossível qualquer tentativa de ressocialização fora da unidade", afirmou.

O Degase, por sua vez, reconhece a existência de "problemas de infraestrutura, acumulados e gerados devido às más gestões anteriores". O órgão ressaltou que "está trabalhando para criar soluções em curto, médio e longo prazos".

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