Brasil

Rio contesta pesquisa do IBGE sobre investimentos em saúde

Segundo o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa, a conta do IBGE considerou receitas que não deveriam entrar no cálculo


	Equipamentos médicos: Constituição estabeleceu que recursos obrigatórios em saúde equivalem a 12% dos impostos e transferências líquidos, no caso dos estados
 (Getty Images)

Equipamentos médicos: Constituição estabeleceu que recursos obrigatórios em saúde equivalem a 12% dos impostos e transferências líquidos, no caso dos estados (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de março de 2014 às 20h23.

Rio de Janeiro - A Pesquisa de Informações Básicas Estaduais - Perfil dos Estados Brasileiros (Estadic), divulgada hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta o Rio de Janeiro como o estado que, proporcionalmente, menos investe em saúde, com 7,2% do orçamento no ano de 2013 destinados para o setor.

Mas, segundo o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa, a conta do IBGE considerou receitas que não deveriam entrar no cálculo, como convênios e os royalties do petróleo, o que fez com que o percentual aplicado em saúde parecesse menor do que de fato é.

A Constituição estabeleceu que os recursos obrigatórios em saúde equivalem a 12% dos impostos e transferências líquidos, no caso dos estados. "Você soma os impostos que arrecada diretamente e as transferências que recebe do governo federal e calcula 12% sobre isso. No nosso caso, no ano passado deu aproximadamente R$ 3,9 bilhões.

Essa base de cálculo foi igual a 43% do nosso orçamento total, porque você tira os royalties, os empréstimos, os convênios, o que manda para os municípios, as operações de crédito e as alienações de bens”, disse ele.

Dessa forma, do orçamento total de R$ 72,7 bilhões do estado, R$ 31,57 bilhões são provenientes de arrecadação de impostos e de transferências do governo federal.

“Só de royalties do petróleo o estado recebeu R$ 8,4 bilhões, o que é quase igual ao orçamento de Rondônia e do Tocantins juntos. Este último, apontado pela pesquisa do IBGE como o que mais investe em saúde”, diz o secretário.

De acordo com Barbosa, o Rio de Janeiro também retirou da conta de gastos com saúde o pagamento de aposentados, o que, segundo ele, outros estados consideram.


Além disso, o secretário explica que são feitos outros gastos em saúde que não estão dentro da determinação constitucional, como compra de medicamentos e investimento em construção de hospitais.

Com isso, o investimento em saúde, dentro da determinação constitucional, foi R$ 3,913 bilhões no ano passado, o que corresponde a 12,04% da base orçamentária, e o gasto total com ações de saúde chegou a R$ 5,174 bilhões.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informa que o Rio de Janeiro cumpre a determinação constitucional de investir o mínimo de 12% da arrecadação dos impostos em saúde. De acordo com a subsecretária- geral da SES, Monique Fazzi, a verba do setor aumentou 2,5 vezes desde 2007.

“O orçamento em 2007 era, em números redondos, R$ 1,8 bilhão, e para 2014 é R$ 4,2 bilhões. Houve aumento real, em termos absolutos, de quase 2,5 vezes, e isso permitiu que a gente pudesse, além de manter os serviços já existentes, criar uma série de serviços, como o RioImagens, o RioFarm, dois tomógrafos e uma ressonância móveis”, acrescentou.

De acordo com a SES, de 2007 a 2013, o Rio de Janeiro criou 29 Unidades de Pronto Atendimento, dez hospitais e centros especializados.

Além disso, a secretaria destaca que, desde 2007, o estado investiu R$ 155,24 milhões no cofinanciamento da atenção básica à saúde, que é de responsabilidade dos municípios, de acordo com a Constituição, e repassa R$ 37 milhões por ano para a assistência farmacêutica básica, além de R$ 7 milhões para o Programa de Apoio aos Hospitais do Interior.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasEstatísticasIBGEMetrópoles globaisOrçamento federalRio de JaneiroSaúde no Brasil

Mais de Brasil

Indícios contra militares presos são "fortíssimos", diz Lewandowski

Câmara aprova projeto de lei que altera as regras das emendas parlamentares

PF envia ao STF pedido para anular delação de Mauro Cid por contradições

Barroso diz que golpe de Estado esteve 'mais próximo do que imaginávamos'