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Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2012 às 19h14.
Brasília - O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta segunda pela condenação de Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do extinto PL (atual PR), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Lewandowski afirmou que Lamas foi o responsável por receber a maior parte dos R$ 10,8 milhões destinados ao ex-presidente do partido Valdemar Costa Neto. Essa verba do esquema montado pelo publicitário Marcos Valério é proveniente de crimes contra a administração pública e contra o sistema financeiro.
O revisor classificou o ex-tesoureiro do PL como "homem de confiança" de Valdemar. "A acusação logrou provar que Jacinto Lamas foi partícipe de crime cometido por funcionário publico", afirmou Lewandowski, referindo-se ao fato de ele ser acusado de coautoria no delito de corrupção passiva com o ex-presidente do PL.
O ministro disse que o réu teve participação ativa na forma pela qual Valdemar recebeu recursos do esquema de Valério. Segundo ele, foi Jacinto Lamas quem indicou a empresa Guaranhuns para repassar parte do dinheiro vindo da agência de publicidade SMP&B. O ex-tesoureiro também, segundo o revisor, chegou a viajar para Belo Horizonte a fim de pegar envelopes com recursos a serem repassados para Valdemar.
Lewandowski rebateu a alegação da defesa de Lamas de que as "múltiplas viagens" serviram para pegar fitas com campanhas de publicidade para o partido. O ministro lembrou que o ex-tesoureiro do PL também era responsável por cuidar de campanhas institucionais da legenda.
Para o revisor, que também o condenou por lavagem de dinheiro, o réu teve "papel preponderante" no esquema de dissimulação de recursos. O ministro agora avalia se Lamas e outras pessoas vinculadas ao PL também cometeram o crime de formação de quadrilha.