Aécio: "mas nós tivemos, mesmo em Belo Horizonte, uma vitória muito expressiva sobre nossos tradicionais adversários, disse senador (Adriano Machado/Reuters/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 31 de outubro de 2016 às 19h02.
Brasília - Um dia após encerradas as eleições municipais, o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), minimizou a derrota de seu candidato à prefeitura de Belo Horizonte, João Leite, nesta segunda-feira, 31, em Brasília.
"Esse resultado em Belo Horizonte realmente nos desaponta, mas nós tivemos, mesmo em Belo Horizonte, uma vitória muito expressiva sobre nossos tradicionais adversários. No Estado de Minas Gerais tivemos um resultado bastante positivo, vencemos em 133 municipais", disse.
Após o rápido lamento, o senador associou a derrota do PT pelo País nas eleições municipais deste ano com as próximas eleições majoritária e proporcional de 2018, quando seu nome deverá disputar a vaga dentro do PSDB a candidato ao Palácio do Planalto.
"Isso terá também um reflexo grande na eleição para a Câmara Federal, não tenho dúvida, nas eleições de 2018", afirmou Aécio.
Durante a coletiva, o tucano concentrou as avaliações na ampliação das vitórias da legenda em todo o País e em ataques ao PT. A cúpula do PSDB deve se reunir no próximo dia 24, em Brasília, com os eleitos para avaliar o atual cenário político.
"Sem dúvida alguma o PSDB sai muito fortalecido. A vitória em São Paulo foi extraordinária como foi a vitória em todas as regiões do País que estivemos. Vencemos em Porto Alegre, voltamos a vencer em Manaus, conquistamos prefeituras do Nordeste onde tivemos resultados historicamente muito ruins, em todas as últimas eleições. Desalojamos o PT de todas as capitais daquela região", considerou o senador tucano após ser questionado sobre possíveis comparações com o desempenho do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa municipal de São Paulo.
O senador mineiro também evitou falar sobre a disputa interna para a escolha do candidato presidencial de 2018. Tanto ele quanto Alckmin são potenciais postulantes à vaga.
"Felizmente as alternativas estão ai e são várias. Antecipar esse processo é um desserviço não apenas ao partido, mas àquilo que é essencial: construirmos a nossa agenda, que vai tirar o País da crise, que vai gerar esperança nos agentes econômicos. E consequência disso investimentos e emprego. A nossa prioridade hoje não é eleição de 2018".
Base aliada
Segundo o tucano, o partido manterá, por ora, o mesmo alinhamento com o governo do presidente Michel Temer que tinha antes das eleições municipais, apoiando-o inclusive na votação das reformas previstas para serem encaminhadas pelo Executivo ao Congresso, após a conclusão da PEC do Teto, que estabelece limites de gastos públicos.
"Vejo o fortalecimento do PSDB também como o fortalecimento do governo Temer. A nossa aliança com o governo Temer sempre foi feita de forma clara. Nós apoiamos uma agenda de reformas necessárias para tirar o Brasil do abismo, das profundezas que o PT nos mergulhou. Enquanto sentirmos que há disposição do governo Temer, e percebo que hoje há, para condução dessa agenda, ele terá o apoio do PSDB", afirmou.