João Goular: restos mortais de Jango foram exumados há um ano para esclarecer se ele foi envenenado (Dick DeMarsico, World Telegram staff photographer)
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2014 às 13h53.
Brasília - O resultado final da autópsia do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe militar de 1964 e que morreu no exílio na Argentina em 1976 em estranhas circunstâncias, será divulgado na próxima segunda-feira, anunciou o governo nesta terça-feira.
Os restos mortais de Jango foram exumados há um ano para esclarecer se ele foi envenenado como parte da Operação Condor, como suspeitam seus familiares e ratificaram vários antigos agentes do serviço secreto do Uruguai, país no qual também viveu exilado.
O trabalho foi feito por laboratórios do Brasil, da Espanha e de Portugal, e acompanhado por peritos da Argentina, do Uruguai e de Cuba, representantes da Cruz Vermelha e do Ministério Público Federal, além da família de Jango.
Agora, peritos da Polícia Federal e de dois laboratórios estrangeiros, um português e um espanhol, avaliarão os resultados das análises dos restos mortais do ex-presidente para dar o parecer final a ser apresentado para a família de João Goulart, em um primeiro momento, informou hoje a ministra de Direitos Humanos, Ideli Salvatti.
"Esperamos, com isso, que possamos encerrar esse capítulo da história. Temos uma situação em que episódios de assassinatos de personalidades acabaram ficando comprovadas, principalmente, nas questões vinculadas na Operação Condor. Portanto, encerrarmos esse episódio com um laudo é o mínimo que devemos aos familiares e à sociedade brasileira", declarou Ideli.
João Goulart morreu em 6 de dezembro de 1976 em um hotel da cidade argentina de Mercedes por um infarto, segundo o atestado de óbito expedido sem autópsia. Essa versão foi desmentida há seis anos por um ex-agente de inteligência uruguaio, que garantiu que Goulart foi envenenado durante a Operação Condor.