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Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2010 às 15h31.
São Paulo - A manutenção das reservas internacionais superiores a 280 bilhões de dólares custa ao contribuinte brasileiro cerca de 45 bilhões de reais ao ano, o equivalente a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo estimativas de economistas como o ex-presidente do Banco Central (BC) Affonso Celso Pastore e o ex-diretor da instituição Alexandre Schwartsman.
O valor supera o total de investimentos públicos previstos para 2010. No primeiro semestre, o governo investiu um recorde de 20,6 bilhões de reais. Se mantiver o ritmo - o que é difícil, porque a lei eleitoral veta desembolsos próximos do pleito -, o total no ano chegará a 41,2 bilhões de reais.
As reservas custam caro porque o BC aplica a maior parte dos recursos em títulos públicos de países desenvolvidos, notadamente dos Estados Unidos, que hoje em dia pagam taxas de juros próximas de zero. Como o Brasil não tem excedente orçamentário para adquirir os dólares, o governo o faz por meio de endividamento. Só que a Selic (a taxa básica de juros da economia brasileira) está em 10,75% ao ano. A diferença entre o juro externo e o interno é o custo das reservas.
Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Brasil caminha rapidamente para chegar a reservas de 300 bilhões de dólares. "Nós temos um custo de fato, mas é melhor pagar este custo do que ter uma economia mais vulnerável", disse, em entrevista à GloboNews.