O diretor de Gás e Energia da Petrobras, Hugo Repsold Júnior (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2015 às 17h46.
Brasília - Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Hugo Repsold Júnior, disse que não houve irregularidades no projeto de construção do gasoduto Gasene, mas confirmou que o empreendimento custou 20% a mais que o preço inicial.
No projeto do Gasene, de 1.400 quilômetros, Repsold explicou que houve aumento de custos devido às dificuldades na execução do projeto. O empreendimento custou R$ 6,340 bilhões, sendo mais de R$ 1 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"O valor total é compatível com as métricas internacionais", ressaltou.
Ele, no entanto, reconheceu que houve uma diferença de 1.800% do valor pago pelas mantas térmicas do projeto. "Não é irrelevante", declarou. O executivo disse que o Gasene tem valor estratégico para a Petrobras e que vai dar lucro "por muitos anos".
"Em nenhum momento, ouvi falar em nenhum ilícito na condução desses projetos", respondeu Repsold ao relator Luiz Sérgio (PT-RJ).
Sobre o balanço da companhia, o diretor afirmou que existe um esforço sério para a produção de um balanço transparente e que seja divulgado o "mais breve possível".
Durante o depoimento, Repsold explicou como funciona a utilização da Sociedade de Propósito Específico (SPE) na Petrobras e como se aplicou no projeto da Gasene.
Segundo ele, o projeto é "importantíssimo para permitir o desenvolvimento das reservas de gás e das distribuidoras locais". A estruturação do fundo, de acordo com ele, ficou à cargo do banco Santander.