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Renúncia foi gesto grande, diz irmão de Genoino

José Guimarães (PT-CE) foi à tribuna defender seu irmão, condenado no processo do mensalão e que apresentou hoje sua carta de renúncia


	Deputado José Guimarães (PT-CE): "Genoino deveria estar neste momento na tribuna, falando para a Casa de sua história neste Parlamento", afirmou
 (Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados)

Deputado José Guimarães (PT-CE): "Genoino deveria estar neste momento na tribuna, falando para a Casa de sua história neste Parlamento", afirmou (Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 19h45.

Brasília - Num discurso encerrado com bate-boca, o líder do PT na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), foi à tribuna defender seu irmão, o deputado José Genoino (PT-SP), condenado no processo do mensalão e que apresentou hoje sua carta de renúncia.

"O Genoino deveria estar neste momento na tribuna, falando para a Casa de sua história neste Parlamento", afirmou o petista, que disse também que a renúncia foi um gesto "grande" de seu irmão. "O Genoino foi categórico e disse a quatro deputados: 'o meu legado, a minha vida como socialista e como militante do PT não me permite mais a isso. O melhor caminho para proteger a nossa bancada e o PT é a renúncia'", continuou Guimarães.

O pronunciamento do líder petista foi acompanhado em peso pela bancada do partido, mas havia poucos deputados da oposição em Plenário no momento do discurso.

Guimarães falou ainda que a história de seu irmão "se confunde" com a do PT e a da "democracia" e alegou ainda que "todo mundo sabe que ele é honesto e que não merece passar por isso". O líder da bancada petista classificou ainda de "martírio" os últimos dias vividos por seu irmão, que cumpre prisão domiciliar na casa de uma filha em Brasília, depois de ter ficado internado por alguns dias num hospital, também na capital.

Ao final de seu discurso, Guimarães teceu críticas aos membros da Mesa Diretora que apoiaram a abertura de um processo disciplinar contra Genoino. "Este dia para mim diminui o Parlamento brasileiro. Talvez o gesto dele (renúncia) seja maior de quem queria a abertura do processo de cassação".

Dos sete membros da Mesa Diretora, quatro sinalizavam apoiar a instauração do processo, dentre eles o próprio presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O vice-presidente da Casa, André Vargas (PT-PR) e o titular da quarta secretaria, Antonio Carlos Biffi (PT-MS), queriam o adiamento da decisão enquanto Genoino estivesse de licença médica.

Numa das ocasiões em que foi aplaudido por correligionários, Guimarães disse esperar que um dia a história do Brasil seja "reescrita". "Quem sabe um dia este Parlamento não possa devolver o mandato de Genoino", disse, fazendo referência à devolução do mandato ao ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe militar de 1964, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional.

Pouco antes de encerrar sua fala, Guimarães foi interrompido pela deputada Liliam Sá (PROS-RJ). Ela usou de um microfone em Plenário para dizer que "o Brasil não quer ouvir isso". A intervenção gerou confusão no Plenário e houve bate-boca entre a parlamentar do PROS e os petistas que acompanhavam o pronunciamento.

O líder do PT é irmão de Genoino, que hoje mais cedo renunciou ao mandato para não ser submetido a um processo de cassação. Com a renúncia, o ex-presidente do PT não enfrentará um processo disciplinar.

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