Senador Aécio Neves (PMDB-MG) aponta uma manobra da base do governo para dificultar as investigações sobre irregularidades na Petrobras (Moreira Mariz/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2014 às 10h12.
São Paulo - O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, criticou nesta sexta-feira, 11, em entrevista à Rádio Estadão, a postura do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), com relação à tentativa da oposição em abrir uma CPI exclusiva para investigar a Petrobras. Aécio disse que Renan e o governo tiram do Congresso Nacional a "prerrogativa vital" da investigação. "O presidente Renan se curva diante dos interesses do Palácio do Planalto", disse o senador sobre a postura de Renan diante da proposta governista de uma CPI ampliada, que investigue também denúncias de irregularidades em governos do PSDB e do PSB.
A justificativa de Aécio é que, se a CPI exclusiva da Petrobras não for aprovada, não será mais possível abrir qualquer investigação contra um governo que tenha maioria. "Se toda vez que a oposição consegue assinaturas a base do governo inclui 20, 30 temas, estamos sepultando para sempre a CPI".
Em seguida, o tucano afirmou que seria "o primeiro a assinar uma CPI sobre qualquer outro assunto", mas defendeu que esta seja exclusiva para a Petrobras e atacou o governo. "A base do governo não quer investigar absolutamente nada, não quer criar CPI para investigar trens e portos. O fato claro é que eles querem impedir as investigações em relação às gravíssimas denúncias da Petrobras", afirmou o presidenciável.
Aécio e a bancada do PSDB tem encontro marcado na próxima terça-feira com a ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber. Caberá a ela conceder ou não a liminar pela abertura da CPI da Petrobrás. O senador disse confiar da decisão do STF porque "há jurisprudência".