Renan Calheiros: senador alegou que não seria possível avançar na discussão porque tanto governo quanto a oposição posicionaram-se contra o projeto (José Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2013 às 19h18.
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta segunda-feira, 04, que o debate sobre a proposta que fixa mandatos para diretores do Banco Central (BC) está interditado na Casa. Ele alegou que não seria possível avançar na discussão porque tanto governo quanto a oposição posicionaram-se contra o projeto, que, para ele, "parecia amadurecido". Renan reuniu-se nesta tarde com a presidente Dilma Rousseff e disse não ter tratado do assunto com ela. Renan reconheceu que o projeto não será votado até o fim do ano.
"Nós temos uma comissão que está regulamentando a Constituição Federal. Um dos artigos que precisa ser regulamentado é o artigo 152, que trata do Sistema Financeiro e do Banco Central. Os governos são contra a regulamentação, a oposição também. Então, isso na verdade interditou o debate, que parecia amadurecido e evidentemente, pelas posições assumidas, não está", disse Renan, após a audiência com a presidente.
Segundo Renan Calheiros, essa é uma questão da "semana que passou", mas ainda não há consenso político que permita ser apreciada pelo Senado. Em um discurso para um plenário vazio na sexta-feira retrasada, dia 25 de outubro, ele defendeu a votação até o fim do ano em plenário de uma proposta relatada pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ) que fixa mandato de seis anos para os diretores do BC, com possibilidade de uma recondução.
Apesar da falta de respaldo político, o presidente do Senado disse que vai continuar defendendo a independência do BC. "Eu sempre defendi e vou continuar defendendo a independência do Banco Central", destacou.
Sem dar detalhes, Renan disse que o encontro com Dilma foi "bom". Ele afirmou ter conversado com ela sobre a agenda legislativa, conversaram "sobre política, sobre o partido, sobre a aliança".