Renan Calheiros recebe Graça Foster antes da audiência da CPI Petrobras, em abril (José Cruz/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2014 às 16h05.
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), determinou a criação de uma comissão de sindicância para apurar denúncias de vazamento de perguntas que seriam feitas a depoentes na CPI da Petrobras na Casa.
A decisão de instituir a sindicância atende, segundo Renan, a pedido do presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), mas não impede que os trabalhos da CPI continuem.
“Estamos atendendo ao pedido do senador Vital do Rêgo e determinando a constituição de uma comissão de sindicância para esclarecermos todos os fatos e estabelecermos responsabilidade a quem as tenha”, disse Renan.
“A CPI é uma instituição que não pode sair arranhada, é um instrumento fundamental de fiscalização de cumprimento do papel do Legislativo.“
Reportagem da revista Veja desta semana aponta que dirigentes da estatal que compareceram a audiências na CPI do Senado recebiam com antecedência as perguntas a serem feitas por senadores, para estarem com as respostas preparadas.
O fato foi classificado como grave pelo principal candidato da oposição à Presidência da República, senador Aécio Neves, e seu partido anunciou que entrará com representações na Procuradoria Geral da República e no Conselho de Ética do Senado.
Em nota, a Petrobras afirmou que tomou conhecimento das perguntas centrais que norteiam os trabalhos das comissões parlamentares de inquérito por meio do site do Senado Federal, "onde foram publicados os planos de trabalho das referidas comissões".
Um dos objetivos da criação da CPI da Petrobras no Senado é apurar denúncias de irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006 ,quando a presidente Dilma Rousseff (PT), que busca a reeleição, era presidente do Conselho de Administração da estatal.
Além dessa CPI, há uma outra CPI em funcionamento no Congresso, formada por deputados e senadores, para apuração das mesmas denúncias contra a Petrobras. A CPI mista também é presidida por Rêgo.