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Renan mira segundo escalão após perder influência no Turismo

Um dos principais embates entre o PT e o senador está na Anvisa


	Renan Calheiros: Renan quer indicar à Anvisa Fernando Mendes, atual diretor adjunto de Coordenação e Articulação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Renan Calheiros: Renan quer indicar à Anvisa Fernando Mendes, atual diretor adjunto de Coordenação e Articulação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2015 às 06h49.

Brasília - Depois de perder o Ministério do Turismo para o PMDB da Câmara, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vem atuando nos bastidores para manter sua influência sobre o segundo escalão da esfera pública federal.

Um dos principais embates entre o PT e o senador, considerado um desafeto do Planalto, está na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autarquia reguladora vinculada ao Ministério da Saúde.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, tenta emplacar na Anvisa Jarbas Barbosa, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério.

Mas Renan quer indicar ao posto Fernando Mendes, atual diretor adjunto de Coordenação e Articulação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.

Apesar das movimentações do peemedebista, Barbosa é considerado o favorito para assumir o cargo - seu nome, contudo, precisa ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS).

Na última sexta-feira, o Diário Oficial da União trouxe a nomeação de Jorge Luiz Macedo Bastos para exercer o cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), com mandato até 18 de fevereiro de 2018.

Ligado a Renan, Jorge Bastos já estava no comando do órgão, que responde, entre outras atividades, pelos processos de concessões rodoviárias.

Segundo fontes que acompanham as discussões na Anvisa, com a nomeação de Bastos na ANTT, Renan poderia ser contemplado com uma diretoria, e não com a presidência.

O cargo para Bastos, contudo, era reivindicada pelo presidente do Senado desde o ano passado, antes do estremecimento com o Planalto.

Enquanto Renan tenta emplacar aliados em cargos estratégicos do governo, o vice-presidente Michel Temer iniciou nesta semana uma série de rodadas de negociação com partidos da base aliada para definir a composição do segundo escalão do governo.

PP

No aguardo de serem chamados para discutir o espaço da sigla no governo, integrantes da cúpula do PP já têm pronta uma lista de demandas por cargos que se chocam com os interesses de PT e PMDB.

O PP foi transferido no início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff da pasta das Cidades, que ficou com o PSD, para a da Integração.

Agora, nas negociações do segundo escalão, o partido pretende brigar pelo comando das demais autarquias ligadas à pasta como o Departamento Nacional de Obras Contras as Secas (DNOCS) e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Ambos os órgãos são comandos, atualmente, por dirigentes indicados pelo PMDB e PT, respectivamente. "Contar apenas com o ministro não tem muita importância. Hoje cuida-se apenas da questão da defesa civil.

A importância do ministério não é só essa, é preciso contar com as demais estruturas", defendeu o vice-presidente e líder do PP no Senado, Benedito de Lira (AL).

Segundo ele, uma conversa com Temer deve acontecer no mais tardar até a próxima semana. "Está passando da hora. Muito desse descontentamento do Congresso com o Palácio do Planalto está nesta questão do segundo escalão", ressaltou o senador.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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