Renan Calheiros: Renan negou que sua postura possa ser confundida com uma "ameaça" (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2016 às 18h47.
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu encaminhar um pedido de impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, à Advocacia-Geral do Senado, mas negou que sua postura possa ser confundida com uma "ameaça".
Na semana passada, Renan anunciou que decidiria sobre o pedido de impeachment na próxima quarta-feira.
Questionado por jornalistas nesta terça, não disse claramente que adiou sua decisão, mas é pouco provável que a advocacia da Casa emita um parecer imediato.
"A imprensa discutiu bastante, falou até em ameaça. Imagina, quem me conhece sabe que não sou de ameaçar, absolutamente. Esse verbo não faz parte do meu dicionário", afirmou.
"Eu dei apenas uma notícia, trouxe uma informação", disse, referindo-se à declaração da semana passada de que anunciaria uma decisão na quarta-feira. "E vou avaliar, a exemplo do que fiz com os quatro pedidos que já arquivei."
Segundo o parlamentar, houve um aditamento ao pedido mais recente de impeachment contra Janot.
A advocacia emitirá parecer inclusive sobre esse complemento ao pedido. Renan garantiu que manterá o seu papel constitucional como presidente do Senado ao lidar com o pedido de afastamento do procurador.
"O senador Renan Calheiros, eleito pelo povo de Alagoas, ele tem o direito, sim, de se indignar. Mas o presidente do Senado não tem o direito de se indignar", afirmou. Renan tem intensificado as suas críticas a Janot, principalmente após a negativa do Supremo Tribunal Federal (STF) a um pedido de prisão do senador elaborado pelo procurador-geral.