Brasil

Davi Alcolumbre (DEM-AP) é novo presidente do Senado após Renan desistir

Primeira votação teve cédula extra, gerando acusação de fraude; no meio da segunda votação, Renan subiu na tribuna e surpreendeu ao retirar candidatura

Plenário do Senado incia o processo de votação para escolha de seu novo presidente. Na foto, Davi Alcolumbre (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Plenário do Senado incia o processo de votação para escolha de seu novo presidente. Na foto, Davi Alcolumbre (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 2 de fevereiro de 2019 às 11h59.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2019 às 20h52.

São Paulo - Davi Alcolumbre, do DEM do Amapá, foi eleito neste sábado (02) em primeiro turno o novo presidente do Senado Federal com 42 de 77 votos.

A sessão foi caótica. Primeiro houve a questão do voto secreto: a maioria decidiu ontem por abrir o voto, mas o regimento interno exigiria unanimidade entre os senadores para tal. Uma decisão do ministro Dias Toffoli, do STF, reafirmou o voto secreto.

Após o discurso dos candidatos, uma primeira votação terminou com 82 cédulas computadas, uma a mais do que o número de senadores, gerando acusações de fraude.

Foi convocada uma segunda votação e após alguns votos serem computados, o senador Renan Calheiros, um dos favoritos para a disputa, denunciou o processo e retirou sua candidatura.

Nova confusão, desta vez para saber se a votação começaria de novo ou prosseguiria. Foi decidido pelo prosseguimento e a apuração deu uma vitória a Davi já no primeiro turno por um voto. 4 senadores não votaram, incluindo Renan.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=rDBWgItOwz8%5D

20h52 - Terminamos aqui o blog ao vivo. Obrigado a todos que nos acompanharam!


20h51 - O que a vitória significa para o governo

Conversamos com cientistas políticos para saber o significado da eleição do novo presidente do Senado


19h46 - Saiba mais sobre o vencedor

Davi Alcolumbre (DEM-AP) se mostrou um hábil articulador em meio a uma eleição dramática, mas também é acusado de repetir práticas da “velha política” 


19h37 - Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta Davi pela vitória


19h08 - Alcolumbre faz discurso de vitória

Em seu discurso, o senador eleito para a Presidência agradeceu Álvaro Dias, Major Olímpio, Tasso Jereissati e Simone Tebet, que retiraram suas candidaturas a seu favor.

Em discurso lido, prometeu que não haverá revanchismo contra adversários e disse que no que depender dele haverá fim do "segredismo" e não haverá "senadores de alto ou baixo clero".

Prometeu tratar "com urgência" as reformas e "não se curvar' ao Judiciário ou qualquer outro poder.


19h04 - Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, comemora vitória

Ele foi o articulador e principal cabo eleitoral do senador vencedor do DEM. O partido sai fortalecido estando agora à frente da Câmara, com Rodrigo Maia, Senado e Casa Civil


18h59 - Davi Alcolumbre (DEM-AP) será o novo Presidente do Senado.

Ele foi eleito no primeiro turno com 42 de 77 votos, um a mais do que o necessário. Renan Calheiros teve 5 votos, Coronel Ângelo teve 8 votos, Reguffe teve 8 votos, Fernando Collor teve 3 votos Espiridião Amim teve 13 votos.


18h45 - Começa a apuração


18h43 - Senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Jader Barbalho (MDB-PA), Maria do Carmo Alves (DEM-SE) e Eduardo Braga (MDB-AM) são chamados para votar e não aparecem

Serão, portanto, 77 votos contabilizados


18h38 - Davi Alcolumbre sobe para votar


17h58 - Votação é retomada pelo presidente da Casa


17h47 - Surpresa leva a uma nova confusão

Major Olímpio diz que câmeras estão sendo avaliadas para saber sobre o que aconteceu na primeira votação e defende prosseguimento da votação mesmo com saída de Renan

Espiridião Amin, que é candidato, pede para que eleição comece de novo e que não aceita prosseguimento pois o cenário mudou

Alessandro Vieira (PPS-SE) diz que é "golpe atrás de golpe". Selma Arruda (PSL-MT) diz que se não recomeçar a votação, quem votou em Renan antes dele sair perdeu o voto, e que há risco do processo ser judicializado


17h42 - Renan Calheiros diz que processo não é democrático e retira candidatura

"Se eles podem tudo, sou eu que vou ser contra a Constituição? Não sou candidato, para defender a democracia e o interesse do Brasil", disse na tribuna no meio da votação

Ele citou o voto aberto de Flávio Bolsonaro e disse que o Davi Alcolumbre é na verdade o Golias da história, em referência à história bíblica, e deve vencer

"Eu retiro a postulação porque entendo que o Davi não é o Davi, é o Golias. Davi sou eu. Ele é o Golias, atropela o Congresso. O próximo passo é o Supremo Tribunal Federal sem o cabo e sem o sargento", se referindo a uma declaração de Eduardo Bolsonaro


17h32 - Flávio Bolsonaro abre voto na segunda votação

O senador, que na primeira rodada disse não poder declarar voto aberto por ser filho do chefe do Executivo, disse que após a confusão não teria como não declarar seu voto: Davi Alcolumbre. Ele também levará o voto de toda a bancada do PSDB.


17h18 - Alguns senadores pedem voto aberto e Jaques Wagner reage

Alguns senadores disseram que com voto aberto não teria havido confusão e pelo menos um sugeriu que quem não abrisse seu voto estaria automaticamente sob suspeita.

Jaques Wagner (PT-BA), que estava na tribuna já para a segunda votação, reagiu com indignação e disse que não aceita ameaças


17h13 - Tensão no plenário: votos estão sendo destruídos e haverá nova eleição 

Os escrutinadores, membros dos partidos designados para fazer a vigilância da votação, defendem uma nova eleição, assim como o líder da Mesa

Alguns senadores pediram para ver os votos sem envelope, mas Maranhão os destruiu. Agora, todos os votos estão sendo destruídos ao vivo. Muitos senadores falam em fraude.


16h51 - Na apuração, cédula extra causa confusão

Na hora de contar os votos, uma confusão: há 80 envelopes com 80 cédulas e duas cédulas extras soltas na urna. São 81 senadores.

O plenário debate sobre algumas possibilidades como desconsiderar as cédulas extras ou fazer uma nova votação.


16h37 - Flávio Bolsonaro justifica não ter aberto seu voto


16h32 - Começa a apuração


16h31 - Figuras do mundo político comentam votação


16h30 - Votação no Senado domina Trending Topics do Twitter

Eis os assuntos do momento na rede social no Brasil, em ordem:

#ExorcismoDoRenan
#RenanCalheirosNao
#CBLoL
#STFVergonhaNacional
Álvaro Dias
Iemanjá
#GOFLA
Simone Tebet
Toffoli
Davi Alcolumbre


16h27 - Randolfe Rodrigues (Rede-AP) diz esperar que próximo presidente da Casa acabe com voto secreto e declara voto em Davi Alcolumbre


16h10 - Senador Ciro Nogueira demonstra preocupação com voto aberto

O senador Ciro Nogueira (DEM-AP) se disse preocupado com “movimento pelo voto aberto” pois disse que isso pode servir como mecanismo de pressão do Executivo sobre legislativos estaduais e municipais


15h53 - Alguns senadores estão mostrando seus votos, o que pode gerar punição

Senadores contrários ao voto aberto estão mostrando a cédula para o Plenário e para fotógrafos presentes na tribuna da Casa ao depositarem seus votos na urna. O ato é passível de punição quando a decisão da Casa é pela votação secreta.

A punição está prevista no item 3 do artigo 10 do Código de Ética, que prevê perda temporária do exercício do mandato se o senador "revelar conteúdo de debates ou deliberações que o Senado ou Comissão haja resolvido devam ficar secretos".

Esta punição, no entanto, somente é efetiva por ação do presidente da Casa ou se algum parlamentar entrar com processo disciplinar contra o senador que quebrou o sigilo.

Na etapa seguinte, o Senado formará uma comissão especial para o caso. No limite, o senador poderá enfrentar o Conselho de Ética. (Estadão Conteúdo)

https://twitter.com/Anastasia/status/1091757298681331714


15h35 - Jose Maranhão lê as regras e inicia a votação


15h22 - Senado foi "dizimado", diz Renan Calheiros

Renan Calheiros, em discurso longo, também citou a baixa taxa de renovação do Senado e disse que é preciso pessoas para reerguê-lo

Álvaro Dias critica o presidente da Mesa por dar "tempo infinito" para Renan e é aplaudido. Maranhão rebate que Álvaro também teve o tempo estendido


15h01 - Renan Calheiros é o último candidato a falar

"Nunca enxerguei o poder como um fim em si mesmo", diz Renan, para quem o país não vai para lugar nenhum se não fizer uma reforma da Previdência que aproxime os sistemas público e privado: "Esse país não cabe mais no seu PIB"

Ele voltou a acusar a Casa Civil de ter vazado que o presidente Jair Bolsonaro ligou para ele com o objetivo de "esvaziar o simbolismo" do gesto, notando que a conversa não foi sobre política. Depois do vazamento, foi anunciado que Bolsonaro ligaria para todos os candidatos.

A candidatura de Alcolumbre, que é rival de Renan, tem o aval de Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil


14h48 - Espiridião Amin é o oitavo candidato à Presidência a falar

Ele mantém sua candidatura e diz que por uma questão "aritmética" não é possível argumentar que isso favorece Renan


14h43 - Simone Tebet retira candidatura em favor de Alcolumbre e é aplaudida

Seguem na disputa Ângelo Coronel (PSD-BA), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Espiridião Amin (PP-SC), Fernando Collor (Pros-AL), Renan Calheiros (MDB-AL) e Reguffe (sem partido-DF)


14h29 - Davi Alcolumbre (DEM-AP) é o sétimo candidato à Presidência a falar

Independência do Senado e "nova ordem" foram palavras usadas pelo senador Alcolumbre para defender sua candidatura, que chamou de uma "forma de esperança" pois "não precisamos de mais do mesmo"

Alcolumbre foi um dos pivôs da confusão de sexta-feira ao presidir a mesa apesar de já ter manifestado antes, para a imprensa, que seria candidato

A candidatura do senador de 41 anos tem o aval do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Apesar de se colocar como diferente, o próprio Alcolumbre, dizem adversários, também é adepto da “velha política”

Em seu discurso, ele se dirigiu nominalmente a Tebet por ter desafiado Renan: "você está gigante, o Brasil te respeita"e pediu que ela retirasse sua candidatura


14h19 - Major Olímpio (PSL-SP) é o sexto candidato à Presidência a falar

Ele levantou a possibilidade de impeachment de ministro do STF, criticou a decisão do voto secreto e também retirou a sua candidatura

"Quem fala pelo governo é o presidente Bolsonaro. Meu próprio partido me diz neste momento que minha missão está terminada nesse processo. Para não ser o PSL tido como intransigente, retiro minha candidatura", disse.


14h05 - Álvaro Dias (Pode-PR) é o quinto candidato à Presidência a falar

Ele diz que não manterá candidatura para não ser eventualmente acusado de ser responsabilizado pela eleição de Renan Calheiros: "Você dividiu os votos no campo da mudança", diz ao colega.

Álvaro ultrapassa o tempo e apesar de advertido diversas vezes pela Mesa, seguiu discursando com uma série de agradecimentos


13h57 - Simone Tebet (MDB-MS) é a quarta candidata à Presidência a falar

Na questão do voto aberto, ela defende que a soberania do Senado vale mais do que a "letra fria" do regimento interno, que ela já viu ser descumprido várias vezes. Mas apesar de ser contra a decisão do STF, defende que deve ser cumprida

"Sou da geração que acreditou no tempo de Ulysses Guimarães e ingressou na política. Eu, que tive a honra de ver meu pai nesta tribuna, tenho que dizer estamos perdendo nossa alma. Não há democracia sem alma", afirmou.

Simone disputava com Renan Calheiros a escolha do seu partido e perdeu por 7 votos a 5 na quinta-feira

Havia incerteza se ela faria uma candidatura avulsa e neste sábado, ela registrou sua candidatura de última hora

No seu discurso, ela disse que se registrou para poder falar, mas segundo o Broadcast, ela estaria pedindo votos no plenário.

Após sua fala, Kátia Abreu foi à tribuna perguntar se Teber era, afinal, candidata ou não e teve resposta afirmativa


13h35 - Senador Ângelo Coronel (PSD/BA) é terceiro candidato à Presidência a falar


13h28 - Senadores debatem sigilo do voto

Fica definido por Maranhão que o voto será secreto, aceitando a determinação do STF. Mas senadores levantam hipótese, indicada em suposto documento divulgado pelo Estadão e o Antagonista, de que senador que exibisse o voto poderia ter o seu mandato cassado.

Maranhão, que preside a Casa, diz desconhecer o documento. Sua orientação é que não se pode mostrar a cédula, mas o senador pode declarar seu voto.

"Vou exibir meu voto e se for cassado por isso vou ser cassado com muita honra e orgulho", rebate Girão


13h18 - Reguffe (sem partido-DF) é o segundo candidato à Presidência do Senado a discursar

Ele disse que o Senado não deve ser "puxadinho" do Executivo e nem instrumento de "chantagem e barganha" com o outro poder.

Reguffe apresentou sete propostas de redução de custos do Senado: fim dos salários extras dos parlamentares, da verba indenizatória e de carros oficiais, redução do número de assessores por gabinete de 55 para 12 e da verba para o pagamento de assessores e fim do plano de saúde vitalício e da aposentadoria especial dos parlamentares


13h15 - Há discordância sobre ordem das falas 

Houve uma reclamação do senador Eduardo Girão (PROS-CE). Ele pede para ter seu direito de falar antes da votação, ainda que depois dos candidatos, pois já estava inscrito. 

O presidente da sessão, senador José Maranhão (MDB-PB), defende que fale primeiro os candidatos, depois seja a votação, e depois estes senadores inscritos discursem.

Há 20 senadores inscritos e cada um teria 10 minutos. Eles protestaram contra, em tom cada vez mais acalorado.


12h58 - Grupo anti-Renan tentou frente única

O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) afirmou de manhã que o grupo de oito senadores que são candidatos à eleição para a presidência do Senado são contrários ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), tentaram fechar um acordo para retirar registros e concentrar apoio em Davi Alcolumbre (DEM-AP)

(Estadão Conteúdo)


12h55 - Collor foi o primeiro candidato à Presidência a discursar

Fernando Collor foi o primeiro e manteve sua candidatura à Presidência e disse que tudo que propõe já teve "condições de demonstrar como prefeito, governador e presidente"

Ele, que sofreu a abertura de um processo de impeachment quando era Presidente da República, afirmou conhecer as necessidades do governo "não por observações, mas por experiência in loco"


12h39 - Votação será realizada por cédula, decide Maranhão


12h28 - Senadores da Rede falam no plenário

Fabiano Contarato, do Espírito Santo, disse que a Casa deve um pedido de desculpas ao povo brasileiro e pede que a votação seja por cédula e que senadores revelem voto

Randolfe Rodrigues, do Amapá, critica a menção, na decisão de Toffoli, a uma entrevista de Alcolumbre para a Globo News.

Ele diz que eventualmente "matérias publicadas na Capricho serão fonte de jurisprudência". No entanto, defende que "decisão judicial se cumpre" - no caso, a determinação de voto secreto


12h19 - Eleição para Presidência já tem 7 candidatos

São candidatos, por enquanto: Alvaro Dias (Podemos-PR), Ângelo Coronel (PSD-BA), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Fernando Collor (Pros-AL), Major Olímpio (PSL-SP), Renan Calheiros (MDB-AL) e Reguffe (sem partido-DF). Ainda pode haver novas inscrições.


12h10 - Decisão de Dias Toffoli é lida no plenário

A leitura foi feita pelo senador Fernando Bezerra (MDB-PE)


12h05 - Sessão é presidida pelo Senador José Maranhão (MDB-PB)

Ele assume o posto por ser o mais velho membro do Senado, com 85 anos.

Ontem, Davi Alcolumbre assumiu a mesa por ser o único membro da Mesa Diretora anterior que estava em meio de mandato, e que portanto não estava assumindo naquele dia


11h59 - Entenda a polêmica da votação no Senado

Na noite de sexta-feira, houve confusão e hostilidade após um impasse sobre duas questões. A primeira era a legitimidade do senador Davi Alcolumbre em presidir a mesa diretória da votação, já que ele era candidato declarado apesar de ainda não ter se registrado formalmente.

A segunda era sobre o sigilo do voto. Por 50 votos a 2, houve decisão dos senadores pelo voto aberto, mas o regimento interno do Senado diz que o voto é secreto e essa mudança só pode ser feita por unanimidade. No entanto, há um precedente para a decisão.

Acompanhe tudo sobre:CongressoFernando Collor de MelloMajor OlímpioRenan CalheirosSenadoSimone-Tebet

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