Brasil

Renan Calheiros renuncia à presidência do Senado

Senador afirma que renunciar antes seria concordar com as denúncias apresentadas contra ele

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2013 às 11h48.

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), renunciou ao cargo de presidente do Senado por volta das 16h desta terça-feira (4/12). Em seu último discurso, Calheiros afirmou que não pediu a renúncia antes porque "poderia sugerir naquela momento uma aceitação das infâmias e inverdades contra mim".

A renúncia foi anunciada durante a sessão de discussão e votação de um novo relatório do Conselho de Ética, que recomenda a perda do mandato por quebra de decoro parlamentar. Calheiros é acusado de ter usado laranjas para comprar veículos de comunicação em Alagoas.

O senador estava afastado da presidência da Casa desde outubro, quando pediu uma licença de 45 dias, renovada posteriormente por mais 30. O mandato de presidente, que começou em fevereiro deste ano, terminaria apenas em 2010.

Calheiros não resistiu às pressões geradas por sucessivas acusações de quebra de decoro parlamentar. Em maio, enfrentou a primeira denúncia - a de ter recebido dinheiro de uma empreiteira para pagar contas pessoais. Esse processo foi a votação no plenário do Senado em setembro. Os parlamentares o absolveram por 40 votos a 35.

O senador também foi absolvido de uma segunda denúncia, ainda no Conselho de Ética. Tratava-se da acusação de ter beneficiado uma cervejaria no INSS, depois de a empresa comprar uma fábrica de seu irmão por um preço acima do de mercado.

Renan ainda aguarda o desfecho de outras representações que tramitam no Conselho de Ética do Senado. Uma investiga se o parlamentar teria participado de esquema de corrupção em ministérios comandados pelo PMDB. A outra apura um suposto envolvimento em esquema de espionagem de inimigos políticos. Ambas aguarda a escolha de relatores.

A sexta acusação contra Calheiros ainda não foi enviada ao Conselho de Ética. Ela permanece na mesa diretora do Senado, à espera do andamento dos demais processos. A representação pretende investigar se o senador teria apresentado emendas ao Orçamento Geral da União para favorecer empresas "fantasmas".

Segundo o regimento do Senado, o presidente interino da Casa, Tião Viana (PT-AC), terá cinco dias para convocar novas eleições. Por ser o maior partido, a vaga de presidente deve continuar com o PMDB.

Com informações da Agência Brasil.

Acompanhe tudo sobre:Política no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosRenan CalheirosSenado

Mais de Brasil

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas

Lula mantém Nísia na Saúde, mas cobra marca própria no ministério

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático