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Remédios doados à gestão Doria estão perto do vencimento, diz CBN

Empresas teriam recebido R$ 66 milhões em isenção de ICMS em troca das doações, segundo a rádio

João Doria (Rodrigo Paiva/Reuters)

João Doria (Rodrigo Paiva/Reuters)

Luiza Calegari

Luiza Calegari

Publicado em 7 de junho de 2017 às 11h27.

Última atualização em 7 de junho de 2017 às 11h31.

São Paulo - A gestão João Doria em São Paulo estaria distribuindo remédios à população com o vencimento próximo, de acordo com um levantamento da rádio CBN em farmácias populares e UBSs da cidade.

Os fabricantes não podem vender remédios com data de validade menor que doze meses para farmácias nem hospitais privados, mas a prefeitura foi mais generosa: apenas especificou, no edital das doações, que os remédios tenham data de validade superior a seis meses, preferencialmente.

Farmácias e UBSs visitadas pela CBN em todas as regiões da cidade estavam com as prateleiras cheias de remédios que vencem em agosto, julho e até junho.

As doações começaram em fevereiro, mas, mesmo que os remédios tenham sido doados nesta época, ainda teriam validade inferior ao que foi pedido no edital.

Além disso, pelo acordo fechado com os governos de Doria e de Geraldo Alckmin, os fabricantes ganhariam três meses de isenção de ICMS, economizando R$ 66 milhões, segundo a rádio.

Se a prefeitura fosse comprar os remédios doados em fevereiro, teria gastado R$ 35 milhões, de acordo com a CBN.

A reportagem da CBN só nomeou a Cristália, um laboratório farmacêutico que se propôs a fazer as doações antes da publicação de editais.

Se os remédios vencerem nos postos, é a prefeitura que terá que arcar com os custos da destruição dos remédios, livrando as empresas deste trabalho, segundo a rádio.

Outro lado

Procurada pela CBN, a prefeitura informou que a maioria dos remédios descartados é entregue pela população em UBSs.

De acordo com a Secretaria de Saúde, o prazo de validade dos remédios doados deve ser superior a seis meses, embora a exigência não tenha sido feita no edital.

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