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Relator vai retirar artigo que permite bebidas em Lei Geral da Copa

A retirada do dispositivo redigido abre a interpretação de que a Fifa teria de negociar com cada Estado para conseguir autorização para venda de bebidas

Empresários brasileiros precisam acordar para as oportunidades geradas pela realização da Copa do Mundo de 2014 (Flickr)

Empresários brasileiros precisam acordar para as oportunidades geradas pela realização da Copa do Mundo de 2014 (Flickr)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2012 às 21h59.

São Paulo - O relator da Lei Geral da Copa na Câmara dos Deputados, Vicente Cândido (PT-SP), anunciou nesta quarta-feira que vai tirar dispositivo que permite a venda e o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios, o que deve gerar descontentamento na Fifa.

De acordo com o relator da proposta, que estabelece regras para a realização da Copa do Mundo em 2014 e das Confederações em 2013, representantes da Casa Civil apresentaram a posição do governo durante reunião de líderes aliados na Casa nesta quarta.

"Chegou uma posição do governo, da Casa Civil, lá na reunião dos líderes da base, dizendo que o governo não tem compromisso com isso (com a autorização de venda e consumo de bebidas alcoólicas)", disse o deputado.

"E não tendo compromisso, já que é uma matéria polêmica, eu vou tirar (o dispositivo com a permissão a bebidas) do texto. Porque isso não era um compromisso meu, nem da comissão nem do Congresso Nacional", completou ele, acrescentando que a questão das bebidas alcoólicas "não estava escrita nas garantias" mas que havia um acerto com a Fifa sobre isso.

A questão interessa à Fifa, que tem uma cervejaria entre seus principais patrocinadores. Deputados contrários à liberalização das bebidas alegam que a permissão pode aumentar casos de violência nas arenas.


O relator explicou que com a supressão fica valendo o texto original do governo - que autoriza a venda de bebidas de forma ampla - a não ser que o Executivo defina melhor sua posição e sugira uma emenda.

A retirada do dispositivo redigido por Cândido abre a interpretação de que a Fifa teria de negociar com cada Estado para conseguir autorização para venda de bebidas alcoólicas.

A decisão do governo de abrir mão deste ponto polêmico, que provocou reações principalmente da bancada evangélica, ocorre em um momento conturbado na articulação política com aliados. Na terça-feira, o Planalto anunciou a troca dos líderes governistas nas duas Casas.

O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) assumiu o cargo de líder do governo na Câmara, antes ocupado por Cândido Vaccarezza (PT-SP). O "rodízio" provocou uma indefinição na pauta de votações da Casa e postergou a apreciação da Lei Geral da Copa para a próxima semana.

A Fifa tem reclamado da demora do Brasil em aprovar a Lei Geral da Copa, que teve a votação adiada diversas vezes. Na semana passada, ela foi aprovada na comissão especial da Câmara criada para examinar o projeto, porém ainda precisa passar no plenário da Câmara e do Senado antes de ir à sanção presidencial.

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