Brasil

Relator quer incluir termo de consentimento em MP de vacinação emergencial

Segundo o deputado, a sugestão partiu de Bolsonaro. A ideia é repassar para a população a responsabilidade sobre eventuais efeitos colaterais

MP da vacina: a medida provisória 1003, relatada pelo deputado, formaliza a adesão do Brasil ao consórcio Covax Facilities (Dado Ruvic/Reuters)

MP da vacina: a medida provisória 1003, relatada pelo deputado, formaliza a adesão do Brasil ao consórcio Covax Facilities (Dado Ruvic/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 15 de dezembro de 2020 às 15h30.

O relator da chamada MP da vacina, deputado Geninho Zuliani (DEM-SP), afirmou nesta terça-feira que avalia como incluir exigência de termo de consentimento para a imunização em caráter emergencial.

Segundo ele, o pedido para a incorporação do "termo de consentimento informado" partiu do presidente Jair Bolsonaro, em reunião na manhã desta terça, e seria exigido apenas para as vacinas que forem autorizadas em caráter emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"O presidente sugeriu", disse Zuliani à Reuters. "Estou, como relator, estudando ainda e consultando líderes", completou.

"Uma grande preocupação do presidente, que também é nossa, é quanto à responsabilidade civil do governo federal. O laboratório Pfizer, no contrato que ele disponibilizou para o governo federal, ele tem uma cláusula que tira responsabilidade do laboratório para eventuais efeitos colaterais no futuro", explicou o parlamentar a jornalistas no Palácio do Planalto.

"O presidente quer repassar isso de forma clara, segura, transparente, a todos que receberem a vacina. O termo jurídico é consentimento informado", explicando que dessa forma, a pessoa estará ciente que os estudos "não foram tão aprofundados" como os de desenvolvimento de outras vacinas.

Segundo ele, a União quer se eximir de possível responsabilização por eventuais efeitos colaterais.

"Então será construído um termo de consentimento informado e cada pessoa vai estar sabendo também de eventuais riscos que ela pode sofrer, alguma reação adversa", afirmou o relator.

Segundo ele, a Pfizer exige, no contrato que negocia com o Ministério da Saúde, a isenção por responsabilidades futuras.

"Então o governo tem que passar essa responsabilidade para quem está sendo vacinado", argumentou.

De acordo com Zuliani, ficou acertado que a vacinação será voluntária.

A medida provisória 1003, relatada pelo deputado, formaliza a adesão do Brasil ao consórcio Covax Facilities. Ele recomendou em seu parecer que o plano nacional de imunização contra a Covid-19 inclua todas as vacinas autorizadas pela Anvisa e que a população brasileira possa ser vacinada no prazo de um ano.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCoronavírusGoverno Bolsonarovacina contra coronavírus

Mais de Brasil

Defesa de Collor reitera pedido por prisão domiciliar com atestado de Parkinson e transtorno bipolar

Gilmar Mendes retira pedido e julgamento de Collor segue no plenário virtual

Bolsonaro segue na UTI, 'sem febre ou alterações da pressão', diz boletim médico

Desaceleração no fim de 2024 faz Brasil cair seis posições em ranking global da produção industrial