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Relator propõe abertura de processo contra Delcídio

O senador é acusado de quebra de decoro parlamentar pelas lideranças da Rede e do DEM


	Delcídio: o senador é acusado de quebra de decoro parlamentar pelas lideranças da Rede e do DEM
 (Wikimedia Commons)

Delcídio: o senador é acusado de quebra de decoro parlamentar pelas lideranças da Rede e do DEM (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2016 às 16h19.

Brasília - O relator da representação contra o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) no Conselho de Ética do Senado, senador Telmário Mota (PDT-RR), deu parecer pela abertura de procedimento investigatório contra ele.

Após a leitura do relatório, o presidente do conselho, João Alberto Souza (PMDB-MA), convocou reunião para a próxima quarta-feira (16) para votação do parecer.

Após ler as argumentações de acusação e defesa de Delcídio, Telmário entendeu que “há indícios de quebra de decoro parlamentar” e que “a defesa do acusado não trouxe argumentos fáticos ou técnicos que permitam o imediato arquivamento da representação”.

Delcídio é acusado de quebra de decoro parlamentar pelas lideranças da Rede e do DEM por ter sido flagrado oferecendo R$ 50 mil por mês e um plano de fuga para que o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, não firmasse acordo de delação premiada com o Ministério Público no âmbito da Operação Lava Jato.

A oferta foi gravada por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, e o áudio, entregue aos promotores do caso.

Trechos de diálogos de Delcídio com o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, e seu próprio chefe de gabinete, Diogo Ferreira, além de Bernardo, foram lidos pelo relator na apresentação do parecer.

Na conversa, os quatro discutem qual seria a melhor rota para Nestor Cerveró sair do Brasil e entrar na Espanha, país onde tem cidadania e do qual não poderia ser extraditado.

Delcídio, Diogo e Edson foram presos após denúncia de Bernardo.

Eles ficaram quase três meses na cadeia e foram soltos em fevereiro, mas o senador se mantém sob a condição de recolhimento domiciliar e só pode sair de casa para trabalhar no Senado e ir ao médico.

A defesa de Delcídio sofreu um revés na última semana, quando um de seus advogados no Conselho de Ética, o ex-ministro do STJ Gilson Dipp, decidiu deixar o caso.

Dipp se disse surpreendido pela reportagem da revista Istoé, que trazia detalhes de um suposto acordo de delação premiada firmado pelo senador com o Ministério Público, que teria propiciado sua saída da prisão. Delcídio não confirmou o acordo.

Se os membros do Conselho de Ética votarem com o relator e decidirem abrir procedimento investigatório sobre o caso, o conselho começará uma nova fase de instrução.

Serão analisadas provas e ouvidas testemunhas sobre o caso para, então, um novo relatório ser apresentado.

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